stolowisk
Mais um dia... é assim mesmo, hoje preciso resolver esse problema da porta do carro já não aguento mais, e aquela mulher que não decide sobre a reportagem, ajudaria muito na minha nota, hoje vai dar certo espero, aqui estou novamente, nesse portão que mais parece saido de filme inglês, alto, cheio de detalhes deve ter pelo menos uns cem quilos imagino, e minha nota lá dentro.
-Bom dia! como vai? a Drª Juliana já chegou?
-Bom dia, quem é o senhor por gentileza.
-Meu nome é Ricardo e sou estudante de jornalismo, tenho hora marcada com a drª.
-Sua identificação por favor, ok você pode esperar na recepção ela ainda não chegou.
-Obrigado, que pessoa sem emoção, e o tempo nessas horas que não passa.
-Senhor Ricardo? a Drª Juliana vai recebe-lo agora
-Obrigado, entrei em uma sala pequena sem muito luxo, apenas uma estante com varios livros,uma mesa com alguns papéis em cima, atras da mesa uma senhora de aproximadamente cinquenta e poucos anos, um metro e meio de altura e um pouco acima do peso, um olhar sereno e ao mesmo tempo investigativo, me cumprimentou com um pedido de desculpa pela demora,
-Senhor Ricardo peço-lhe desculpas pela demora em atende-lo, gostaria que soubesse que apreciamos o seu interresse no nosso trabalho, não é sempre que alguém manifesta essa vontade - Pensei comigo, do que será que ela está falando? e ela coninuou -na verdade a sociedade pouco se importa com essas pessoas, aceita um café?
- Obrigado Drª, então como informei no e-mail
- desculpe-me novamente sr Ricardo eu realmente esqueci o assunto algum problema em me explicar pessoalmente?
-claro que nao,o meu trabalho é um trabalho acadêmico para conclusão docurso de jornalismo, todos os dias passo em frente ao stolowisk e decidi que seria uma otima oportunidade para apresentar um trabalho sobre a instituição na faculdade gostaria de conhecerum pouco da historia do local , suas rotinas e um pouco sobre as pessoas que vivem e que trabalham aqui, tudo bem?
-Mas é claro que sim, tudo certo, o srº pode começar agora mesmo
levantamos e caminhamos pelo pátio, um pátio enorme com vários bancos, mesas e cadeiras afixadas no chão, um local bonito mas ao mesmo tempo triste, senti uma tristeza no local, como se setimentos de saudade e revota estivessem presentes, mas alguns passos e entramos no refeitório, ali pessoas tomavam o café da manhã, havia pelo menos umas duzentas pessoas naquele salão, aparentemente muito calmo, alguns enfermeiros auxiliavam aquelas que não consegiam se alimentar soznhas, a Drª Juliana dizia alguma coisa que eu não conseguia entender pelo fato de estar intrigado com a cena, aquela pessoa sentanda a mesa olhando os talheres e colocando-os ordenadamente, estendendo o guardanapo de forma correta, a forma como segurava os talheres, de uma educação sem comparação, e naquele instante pegou a chinela havaina e deitou-a no prato e como se fosse um bom bife começou a come-la como se o bife fosse, nesse instante uma das enfermeiras se aproximando tirou a sandalia da mesa trocando-a por uma fatia de presunto, o qual foi devorado com voracidade pela pessoa, quando olhei de lado vi a Drª Julina me olhando e com um sorriso singelo nos labios me explicou. - Essa é Dona Elizabeth do Couto Pereira Albuquerque Ávila de Souza, viúva do senador Àvila de Souza, está conosco desde o final dos anos oitenta quando o marido a abandonou e foi morar com a empregada da casa, foi um grande choque para ela, sua empregada que nem falar direito sabia, roubava-lhe o senador, foi demais para Dona Elizabeth, os filhos tentaram ficar com ela por uns dois anos mas viram´como é difícil cuidar de uma pessoa com essa doença, aqui ela não nos dá trabalho, apenas reclama das pratarias, quer saber onde foram guardadas, ao lado dela, aquele senhor, é o major Cândido, lógico que sua patente so é reconhecida aqui no stolowisk, na verdade era flanelinha em frente ao quartel do exercito e depois de um acidente com uma faca durante uma discussão com outro flanelinha, teve varios ferimentos ficando em coma por varios dias, quando saiu do coma não se lembrava de nada ficou vagando pelas ruas ate ser trazido para cá por outro morador de rua, alguns acham que esse morador que o trouxefoi o mesmo que o feriu na briga, hoje ele vive traçando estrategias de guerra, essa aqui - continuava a Drª Juliana, é a nossa companheira mais antiga, esta conosco ha mais de vinte e cinco anos, a familia nunca veio visita-la, se é que tem familia, nunca foi visitada por ninguem, pelo menos ninguém visível já que ela conversa todos os dias com varios personagens, outro esteve aqui em longa prosa com a Olga nada mais nada menos que o poeta Castro Alves, Srº Ricardo gostaria de conhecer a cozinha?
Depois de mais uma hora conhecendo a coinha do stolowisk resolvemos que continuariamos na semana seguinte, sai do stolowisk com a cabeça formigando com a voz da Drª Juliana, peguei o carro e fui direto pro restaurante da faculdade, meu estomago precisava de um belo bife com cebolas. continua........