VOCÊ SABIA QUE TODO MUNDO NASCEU CORINTIANO?

Juvenal era casado há 14 anos com Maria Helena mulher esta vinda de

uma família tradicional paulistana. O simpático casal tinha um

problema muito grave que atrapalhava muito seu relacionamento, pois

Maria Helena não conseguia engravidar e como ela era uma pessoa que

para se sentir completa precisaria ter pelo menos um filho. Os dias de

Maria Helena eram uma sucessão de frustração e infelicidade por canta

do bebê que nunca vinda disso. Ela ficava ainda mais triste por causa

das cobranças do seu marido.

Juvenal sempre dizia que era melhor que adotassem um bebê, pois ele

queria um herdeiro, porém, Maria Helena não queria um bebê adotado,

queria sim se sentir uma mulher por inteiro, ou seja, dar a luz ela

mesma para seu rebento.

Depois de algum tempo, por uma sugestão de um amigo médico, Juvenal

recomendou a Maria Helena que fizesse uma inseminação em laboratório;

ela aceitou depois de refletir muito no assunto, já que essa parecia

ser a única solução para o problema que já estava desgastando a

relação deles.

O tratamento não foi muito fácil, porém, depois de muitas tentativas,

finalmente, Maria Helena conseguiu engravidar, no entanto, não saiu

como planejaram, pois a mulher do Juvenal ficou grávida de cinco

bebês!

Mesmo assim, no começo o casal ficou muito feliz e satisfeito com a

novidade, curtiram muito ter cinco crianças em casa, cinco herdeiros.

Juvenal logo pensou nas vantagens que teria de ter muitos filhos para

dirigirem a suas empresas, e Maria Helena era só sorriso por ser mãe

cinco vezes, cinco vezes era uma mulher completa, pensava sempre

nisso. Mas quando os herdeiros nasceram, Juvenal quase ficou maluco

com tanto choro que saiam daquelas pessoinhas: ficava imaginando como

podem emitir tanto sons sendo tão pequeninos?

Depois de uma semana sem conseguir dormir direito por causa do choro

de cinco bebês, Juvenal que sempre foi um homem voltado aos negócios,

ficou imaginando e falando sozinho, teve uma ótima idéia: ficaria

bilionário, pensava ele:

-- Nossa! Se eu descobrisse o por que os bebês tanto choram ficaria

bilionário! Seria só pedir para alguém inventar algo que os fizesse se

calarem! Preciso de algo que fizessem os bebês ficarem quietos!

Venderia a descoberta! Esse produto seria bem visto para todos os pais

do mundo inteiro! Porque é muito complicado ter filhos, pois eles

choram por tudo: um bebê só sabe chorar o tempo todo, chora quando

quer comer, chora quando não quer comer, chora quando quer dormir,

chora quando não quer dormir, chora quando quer ficar no chão, chora

quando não quer ficar no chão, chora quando quer colo, chora quando

não quer ficar no colo; chora quase do mesmo jeito pelas coisas mais

distintas e variadas, e ainda pensam que está sendo coerente em tudo!

Vou ficar bilionário quando eu descobrir o motivo pelo qual isso

acontece... E nós pais, vamos conseguir dormir sossegados depois dessa

grande descoberta! E ainda ganharei muito dinheiro! Porque, é lógico,

que todos vão querer crianças quietinhas! Elas são lindinhas quando

então quietinhas! E não dar para não ter bebês, precisamos deles...

E pensando nisso tudo que Juvenal pegou o telefone, consultou sua

agenda, e telefonou para o seu amigo, o cientista e psicólogo Prof.

Tavares, eles se conheciam desde quando estavam na faculdade, e

Tavares sempre inventava coisas que Juvenal ganhava muito dinheiro.

Então ficou acertado tudo, o padrão contratou um grupo de cem

cientistas capazes para que Tavares pudesse fazer suas pesquisas com

êxito e descobrisse as causas que fazem os bebês chorarem tanto e sem

motivo aparente.

Juvenal só pensava na paz que iria ter quando o seu amigo descobrisse

logo as causas, mas, pensava também nos lucros, pois este era um homem

de negócios e queria expandir suas empresas.

Todos os cientistas, liderados pelo Prof. Tavares da Cunha, analisaram

as possíveis as causas dos choros dos bebês durante quarenta e cinco

dias consecutivos: levarem mais de mil bebês ao laboratório. Ao

termino das pesquisas cada um dos membros da equipe liderada por

Tavares deu sua opinião sobre o que acreditam ser a causa de tanto

choro: um disse que era porque os nenéns ficam muito tempo dentro das

barrigas de suas mães e tinham vontade de voltarem porque lá é mais

quente e elas se sentem mais protegidas; outro disse que era porque ao

nascer eles sofrem muito porque no parto são apertados pelos corpos

das mães e essas lembranças a deprimem; outros diziam que era porque

ao nascerem os médicos davam aquelas famosas palmadinhas nos bumbuns

deles.

Cada membro da equipe de cientista dizia uma asneira pior que a do

outro. E foi assim, quanto cada cientista estava dando o seu parecer,

sua opinião sobre o assunto que alguns dos cientistas ali presentes se

indignaram com as opiniões dos outros; deve inclusive uma briga muito

violenta onde um membro da equipe do Prof. Tavares veio a falecer

nessa confusão e as pesquisas foram suspensas imediatamente para

evitar maiores desordens.

Juvenal chamou o amigo no escritório central e disse para o amigo Prof

Tavares da cunha:

-- Amigo, vamos fazer o seguinte, você vai tirar um mês de férias e

quando voltar você continua com as pesquisas, acho melhor que essas

pesquisas sejam feitas por uma só pessoa, você mesmo, ok?

O Prof. Tavares concordou com a proposta de seu amigo Juvenal e disse-lhe:

-- Juvenal, você tem razão, preciso mesmo de férias! Estou muito

ligado a ciência, preciso, efetivamente, conhecer um pouco da vida;

estava até pensando em assistir aos jogos de futebol com os amigos

para conhecer bem essas coisas do mundo comum, queria ser um pouco

normal de vez em quando. Queria participar das coisas comuns um pouco,

nunca tive chance; você acredita que eu não entendendo nadinha de

futebol?

E tendo dito isso se despediram, com a promessa que voltariam a

conversar após um mês.

O Prof. Tavares quando deixava o prédio da empresa do Juvenal pensou

sozinho: "tenho certeza que essas férias vão me ajudar a descobrir o

por quê que os bebês tanto choram!"

Logo em seu primeiro dia de folga o Prof. Tavares resolveu visitar um

amigo que fazia muito tempo que não se viam, pois o Tavares ficou por

mais de 20 anos praticamente trancado em seu laboratório fazendo

pesquisas com o fim de ajudar a humanidade a resolver seus problemas

com a genética, psicologia etc.

Quando o teu amigo de infância Vieira abriu a sua porta e encontrou o

seu velho amigo de escola quase desmaiou de emoção; eles eram amigos

desde o jardim da infância, mas se separaram mesmo morando a três ruas

abaixo um do outro porque o amigo Tavares nunca podia visitar nenhum

amigo, pois estava sempre ocupado pesquisando e estudando alguma coisa

para o bem da humanidade.

Vieira o convidou para assistirem ao jogo de futebol na TV que já

estava começando. Vieira era corintiano roxo, e claro, e o Tavares não

torcia para ninguém, nem entendia de futebol, nunca viu uma partida de

futebol antes. Era o jogo do Corinthians x Santos e todos tomaram seus

lugares no sofá, Tavares estava muito feliz por finalmente poder

assistir juntos a um jogo, e mais feliz ainda por estar com seu velho

amigo de infância.

O árbitro deu o apito inicial e aos vinte minutos do primeiro tempo o

Corinthians teve um jogador expulso, aos trinta e oito do segundo

tempo o Santos fez o gol que lhe dera a vitória. Quando acabou o jogo

o amigo cientista perguntou ao amigo corintiano se o jogo foi bom,

pois era leigo no assunto, e o amigo corintiano lhe respondeu:

-- A gente perdeu só porque o nosso time ficou com um jogador a mesmo,

entendeu?

O amigo cientista que não entendia nada de futebol concordou que

realmente era muito difícil um número menor de jogadores ganhar de um

numero maior de jogadores, ele não entendia nada de futebol, todavia,

sabia de cálculos, era muito bom, aliás, ganhou inclusive um concurso

de matemática quando cursava a faculdade.

No outro dia que o Corinthians foi jogar contra o time do São Paulo e

os amigos assistiram junto ao jogo porque o corintiano convidou o

cientista, queria mostrar ao amigo que o que acontecera no último jogo

fora uma fatalidade. Quinze minutos antes do jogo se iniciar o

cientista já estava na casa de seu amigo.

O jogo estava muito sem graça, não acontecia nada, mas aos vinte e

dois minutos do segundo tempo um jogador do São Paulo foi expulso de

campo, e aos quarenta o time do são Paulo fez um gol e ganhou a

partida com esse único gol. O amigo cientista perguntou ao amigo

corintiano o porque que o time dele perdeu o jogo com um jogador a

mais que o time adversário e este o respondeu:

-- É que quando um time perde um jogador, todos os demais jogadores se

reúnem e ficam mais fortes, eles ficam com dez jogadores, entretanto,

é como se tivessem vinte jogadores contra onze!

O amigo cientista se desculpou por ele fazer essas perguntas tolas,

diz que como ficou muito tempo isolado do mundo não entendia nada de

futebol, agradeceu a ele por ficar ensinando-lhe as coisas desse

esporte que parece ser tão fascinante. O amigo cientista pediu ao

amigo corintiano que quando tivesse mais jogos do Corinthians que este

o deixasse que assistissem juntos, almejava conhecer bem este esporte,

gostou de aprender coisas novas. Ele achava estranho as coisas mudarem

tanto, que já num dia quem tem um jogador à menos é superior no outro

quem te um à mais é inferior. Ele se esforçou muito para tentar

entender essas coisas, mas, foi em vão, então, com isso ficou mais

curiosos ainda.

No final da semana o filho de Vieira foi chamar o amigo de seu pai

para assistirem juntos ao jogo do Corinthians contra o Palmeiras;

claro que o amigo Juvenal aceitou prontamente ao convite.

O jogo seria realizado no estádio da Morumbi onde estava caiando uma

chuva muito grande e quase que o árbitro não ia permitir que o jogo se

realizasse. Mas, de repente, a chuva parecendo que só queria

contrariar o árbitro começou a cair bem fraquinha e foi possível

começar o jogo.

Esse jogo foi vencido pelo Palmeiras por três a zero. O cientista

perguntou ao corintiano o por que o seu time não fez nem um gol e

recebeu essa resposta:

-- Não fizemos nenhum gol porque estava chovendo!

Com essa resposta o amigo cientista ficou intrigado, tinha consciência

que não entendia bulhufas de futebol, no entanto, sabia de clima, viu

que chovia o tempo todo em cima de todos os jogadores, tanto dos

corintianos quando dos palmeirenses, foi assim que viu esse jogo,

então porque o seu querido amigo lhe dissera que o time dele perdera o

jogo por causa justamente da chuva? Mas mesmo assim chamou o seu amigo

corintiano para eles assistirem a próxima partida em sua casa, este

logo aceitou o convite de seu amigo cientista. Assim sendo na

quarta-feira o amigo corintiano foi à casa de seu amigo cientista que

não entendia nada de futebol para que assistirem juntos ao jogo, pois

queria que o amigo cientista percebesse que o seu time realmente era o

melhor.

O jogo agora era contra a Portuguesa da capital. Estava ventando muito

no estádio do Canindé e a Portuguesa ganhou o jogo por um a zero e o

corintiano disse ao amigo cientista:

-- Perdemos o jogo porque o vento tirava todas as bolas que nosso time

jogava ao gol do adversário, agora, o gol deles foi porque a bola ia

para fora e o vento jogou a bola para dentro de nosso gol!

O amigo cientista que não entendia nada de futebol, porém, achou

estranho o seu amigo corintiano dizer que o time adversário tinha um

jogador a mais: o vento. O Cientista não entendia nada de futebol,

apesar disso, ele achava que o vento não torcia nem jogava futebol

para time algum, sabia disso porque nunca viu nada disso em nenhum

livro, nem de Física, nem de Metrologia e nem em livro algum. Só que o

amigo cientista não quis falar nada para o seu amigo, pois não queria

deixar que o Vieira percebesse que não estava entendendo nada, mesmo

depois que o amigo lhe explicou tanta coisa sobre futebol.

E os dois grandes amigos de infância ainda combinaram de assistiram ao

último jogo do Corinthians na casa do amigo cientista que não entendia

nada de futebol. E assim foi feito, o amigo corintiano faltando 5

minutos para começar o jogo bateu na porta do seu amigo e recebeu um

abraço e um lata de cerveja e se sentou na frente da TV. Nesse jogo

não teve nada contra o Corinthians, inclusive, o time que jogou contra

ele era o time reserva de um clube pequeno do interior e mesmo assim o

amigo do cientista não viu o seu time ganhar esse jogo e quando foi

questionado sobre a derrota este o respondeu:

-- O Corinthians perdeu para ele mesmo!

Ao escutar isso o amigo cientista ficou pensando como o Corinthians

poderia perder para ele mesmo se ele jogou contra o outro time. O

amigo cientista que não entendia nada sobre futebol ainda pensou, "se

fosse um treino, como todos os times fazem durante a semana tipo o

time titular jogar contra o seu próprio time reserva e perdesse

poderia sim dizer que o Corinthians perdeu para ele mesmo, no

entanto, não foi o caso!"

E tendo dito isso depois disse para a perplexidade de seu amigo

corintiano que deu um grito de alegria por ter descoberto algo muito

importante para a ciência:

-- Já sei! Já sei! Já sei o porque que os bebês choram tanto! Choram

porque todos os bebês nascem CORINTIANOS! Porque só pode ser isso!!!!

Ó povinho chorão é CORINTIANO, eu hein?!! Por que vocês não admitem

que o time de vocês não é melhor que o dos outros? Parem de chorar!

Isaias F. de Amorim 2 de junho de 2003

ps: Eu usei o corintiano nesse texto com o fim de brincar com meus

amigos e para também fazer uma espécie de homenagem e esses

sofredores, meus amigos. Porém, quem quiser brincar com os amigos

palmeirenses, sampaulinos, etc, é só trocar os personagens que vai ser

muito legal!.

Então não se esqueçam de ler os meus outros textos no

Obrigado,

Isaias Amorim

POETA ISAÍAS AMORIM
Enviado por POETA ISAÍAS AMORIM em 18/10/2009
Reeditado em 18/10/2009
Código do texto: T1873727
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.