A lenda da mandioca. 


Quem teve o previlégio de vivêr em terras quentes do hemisfério sul como eu, que vivi em africa e a conheço como à minha alma, tem previlégios de conhecimentos de usos e costumes que outros que nunca a visitaram não possuem.
Esta lenda refere-se ao povo indio do Brasil mas a mandioca é também de africa e eu conheço-a muito bem e saboreio-a aqui agora em terras europeias porque já é produto de exportação..
Para quem não sabe, essa raiz tem uma lenda originária dos povos indígenas, é claro.
Ela diz que, muito tempo atrás, a filha de um cacique foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente. Parentes levavam-lhe comida para seu sustento, e, assim, a índia viveu até dar à luz a uma linda menina, muito branca, que chamou de Manii.
A notícia do nascimento se espalhou por toda a aldeia e fez o grande cacique esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha.
O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança, que se tornou muito amada por todos. No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido. A mãe ficou desolada e enterrou a filha perto da cabana onde vivia e sobre ela derramou seu pranto por horas.
Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas, ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca. Para surpresa da tribo, o corpo da pequena índia não foi encontrado, encontraram somente as grossas raízes da planta desconhecida.
A raiz era marrom, por fora, e branquinha por dentro. Após cozinharem e provarem a raiz, entenderam que se tratava de um presente do Deus Tupã.
A raiz de Mani veio para saciar a fome da tribo. Os índios deram o nome da raiz de Mani e, como nasceu dentro de uma oca, ficou Manioca, que hoje conhecemos como mandioca.
E ver brotar da terra o alimento para saciar a forme do seu povo, da comunidade, tem tudo a ver com a utopia do Tala, remanescente do povo paraguaio, latino-americano, que vibra ao ver por toda parte da nossa latino américa nuances vermelhas ou, pelo menos, com os tons do arco-íris da diversidade.
Depois dos ventos fortes do neoliberalismo, nem ele, nem nós imaginávamos ver, em tão curto espaço de tempo, a história caminhar por nova direção. Tala sabe que a vida de um militante é feita de derrotas e vitórias. Sabe também que a grande vitória é uma utopia a ser perseguida sempre, mas que pelo seu tamanho não pode embaçar a nossa vista para as pequenas vitórias que estão presentes no nosso cotidiano. Mas ele também sabe muito bem que isso não é fácil. O pragmatismo é veneno contra sonhos. Nessas horas o melhor mesmo é o caldo de mandioca quente, uma boa prosa e o amor dos amigos.  o outono a estação mais charmosa do ano, 

Retirado de um blogue  Maria sem vergonha na net
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 27/09/2009
Reeditado em 27/09/2009
Código do texto: T1833901
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