Você tem fome de que?
Conta-se que lá na longínqua província de Henan está a montanha Song, uma das 5 sagradas da China. Alí está também o mítico templo Shaolin com seus 160 monges e milhares de “gafanhotos” , que é como são chamados os estudantes que se dispõe a enfrentar uma rígida disciplina mesclando estudos, orações e a prática do kung fu.
Nesse local sagrado, costumavam caminhar o mestre Wei Xin e o aluno Xin Wei por longas horas pelos imensos jardins do templo num animado diálogo sem qualquer palavra. A quietude do ambiente de extrema paz e tranqüilidade só era perturbada por uma adaga que sibilava no ar e continuava sua jornada de 3 meses até atingir o alvo imaginado pelo Diretor. Outra ocorrência que não chegava a perturbar o silencio da caminhada eram outros dois mestres, Xin Wei Xin e Wei Xin Wei que ensaiavam uma luta no topo das árvores, farfalhando por entre os galhos flexíveis e folhas resistentes, voando tranquilamente com a ajuda de efeitos especiais. Mais além, um outro monge, Wei Xin Xin Wei, praticava relaxamento usando uma técnica como essa da foto.
O templo era um silêncio só e o passeio continuava, o gafanhoto mirando o mestre na ávida esperança de um diálogo com palavras. Já fazia 4 anos que o acompanhava nessas andanças repletas de olhares que transmitiam grandes ensinamentos e apenas raramente ouvia alguns ruídos, mas não conhecia ainda o som de sua voz verdadeira.
Mas naquele dia, finalmente, o mestre Wei Xin esboça um sorriso e pergunta ao deslumbrado discípulo, não sem alguma dificuldade:
_ Você tem fome de que ?
_ Como assim, mestre? Poderia explicar a pergunta?
_ Claro que não. Mas vou lhe contar um segredo que vai ajudá-lo a encontrar a iluminação:
Cada um de nós, Gafa, tem uma quantidade limitada de alimento que irá consumir durante toda a vida. Nem mais, nem menos mas não nos é dado saber que quantidade é essa. Se consumirmos mais do que a minguada ração diária, encurtaremos a vida. Mas se conseguirmos dominar nossos impulsos e ingerirmos cada vez menores porções de comida, estenderemos quase indefinidamente nossa existência nesse Jardim do Éden. Quem conseguir essa fortaleza mental, é um afortunado.
_ Mas Wei, se é que posso abandonar as formalidades, então os verdadeiros iluminados e favorecidos pela sorte são os habitantes de algumas regiões ermas do Nordeste, dos rincões do Norte longínquo, das favelas, dos guetos esquecidos, das palafitas sem higiene e sem esperança, os meninos de rua e do interior desse nosso tão abençoado país, a China ? São esses os bem-aventurados, Wei Xin?
_ Sr. Gafa, não lhe dei essa liberdade de dirigir-se a mim com essa falta de respeito, portanto tudo o que o senhor disse obviamente não faz o menor sentido e eu nem sequer ouvi. Quer saber? Mais 4 anos de reflexões e sacrifícios.
Alguma semelhança com personagens remotamente conhecidos é mera coincidência...
(a foto foi copiada do Google, site Templo Shaolin)
Conta-se que lá na longínqua província de Henan está a montanha Song, uma das 5 sagradas da China. Alí está também o mítico templo Shaolin com seus 160 monges e milhares de “gafanhotos” , que é como são chamados os estudantes que se dispõe a enfrentar uma rígida disciplina mesclando estudos, orações e a prática do kung fu.
Nesse local sagrado, costumavam caminhar o mestre Wei Xin e o aluno Xin Wei por longas horas pelos imensos jardins do templo num animado diálogo sem qualquer palavra. A quietude do ambiente de extrema paz e tranqüilidade só era perturbada por uma adaga que sibilava no ar e continuava sua jornada de 3 meses até atingir o alvo imaginado pelo Diretor. Outra ocorrência que não chegava a perturbar o silencio da caminhada eram outros dois mestres, Xin Wei Xin e Wei Xin Wei que ensaiavam uma luta no topo das árvores, farfalhando por entre os galhos flexíveis e folhas resistentes, voando tranquilamente com a ajuda de efeitos especiais. Mais além, um outro monge, Wei Xin Xin Wei, praticava relaxamento usando uma técnica como essa da foto.
O templo era um silêncio só e o passeio continuava, o gafanhoto mirando o mestre na ávida esperança de um diálogo com palavras. Já fazia 4 anos que o acompanhava nessas andanças repletas de olhares que transmitiam grandes ensinamentos e apenas raramente ouvia alguns ruídos, mas não conhecia ainda o som de sua voz verdadeira.
Mas naquele dia, finalmente, o mestre Wei Xin esboça um sorriso e pergunta ao deslumbrado discípulo, não sem alguma dificuldade:
_ Você tem fome de que ?
_ Como assim, mestre? Poderia explicar a pergunta?
_ Claro que não. Mas vou lhe contar um segredo que vai ajudá-lo a encontrar a iluminação:
Cada um de nós, Gafa, tem uma quantidade limitada de alimento que irá consumir durante toda a vida. Nem mais, nem menos mas não nos é dado saber que quantidade é essa. Se consumirmos mais do que a minguada ração diária, encurtaremos a vida. Mas se conseguirmos dominar nossos impulsos e ingerirmos cada vez menores porções de comida, estenderemos quase indefinidamente nossa existência nesse Jardim do Éden. Quem conseguir essa fortaleza mental, é um afortunado.
_ Mas Wei, se é que posso abandonar as formalidades, então os verdadeiros iluminados e favorecidos pela sorte são os habitantes de algumas regiões ermas do Nordeste, dos rincões do Norte longínquo, das favelas, dos guetos esquecidos, das palafitas sem higiene e sem esperança, os meninos de rua e do interior desse nosso tão abençoado país, a China ? São esses os bem-aventurados, Wei Xin?
_ Sr. Gafa, não lhe dei essa liberdade de dirigir-se a mim com essa falta de respeito, portanto tudo o que o senhor disse obviamente não faz o menor sentido e eu nem sequer ouvi. Quer saber? Mais 4 anos de reflexões e sacrifícios.
Alguma semelhança com personagens remotamente conhecidos é mera coincidência...
(a foto foi copiada do Google, site Templo Shaolin)