A VIAGEM

Éramos uma tríade

Decididas a viver

Momentos de alegria

Descontração e prazer

Prazer de viver a vida

Em busca da sorte querida!

Sorrindo pro mundo,

Cantarolando a existência

Num raio de 120 km

Seguíamos pro norte do Piauí.

Rumo ao litoral

Precisamente Parnaíba

Fomos com um só destino

Brincar pular, dançar

Estreitar os laços de amizade

Tudo foi perfeito...

Deixando uma grande saudade!

Fomos bem recebidas

A sorte nos presenteou

Com os fios dourados da vida

Com um anjo protetor.

Ouve quem abrisse o portão

Tinha cachorro latino

Devia ser um grande cão amigo

Propriedade de nosso grande amigo guardião.

Chegando logo em casa

De súbito nos espantamos

Estávamos jogados ao relento

Sem teto pra descansar

Nossa casa, Xiiiiiiiiiiii

Já fazia parte de outro laço familiar

Parando em um AP

Sugestão de nosso anjo dourado

Eram três cômodos para nos mover

Duas camas e três legados

Era tudo preparado para o trio em aventura

Três amigas à espera

De alegria à altura.

Sorrimos, brincamos, demos cambalhotas

Fomos crianças, contamos anedotas.

O nada era tudo

O riso fácil era profundo

Até quando as mãos se elevavam aos cílios que lutavam para não dormir

Tudo virava gargalhada

Registrada em uma máquina digital.

Antes, bem antes do final, no início do trajeto

Fizeram uma sopa trivial

O que a tornou incomum

Foi o sal exagerado.

Tancinha pra não dizer..., a cozinheira

Juntamente com sua ajudante de palco

Estragaram tudo com um golpe salgado.

Infortúnio do descontrole salino

Ninguém conseguiu digerir

Tão grande dissabor!

Tivemos pena de estragar

Tanto pão em uma mesa

Tiraria muita fome

De pessoas indefesas

Repassamos ao anjo guardião

O ensopado pesado

De certo, Me veio um fio de preocupação!

Se aquele homem come todo aquele destroço

De certo iria ao chão

Criei um leve desejo

Para sair da incerteza, da punição da consciência

Imaginei: ao esquentar aquela polenta,

Vai colocar a água sem sal, realizando uma grande ação

Levando-o ao prazer da degustação

Sorte que não tivemos.

Ficamos, apenas, com o cheiro do tempero que eu:

Que vos escrevo - escolhi!

Na manhã fomos à praia

Apreciar a natureza

Diante de tanta beleza

Contemplando o glamour do autor

Fiz uma prece em silêncio:

O Senhor nos deu a vida

Uma grande sorte querida

Uma beleza de esplendor

Pegamos um carinho em miniatura

Kaká deu partida em direção ao mar

Desviou daqui, desviou dali

Paramos diante de um tsunami

Homem de barba negra

Detentor de uma grande beleza

Detido por um celular

Ficamos desprovidas de sua atenção

Fomos direto em busca da tal

Ficamos atoladas

Em um buraco criado pela imaginação da autora

Disse eu: moleca dá a ré

Saíamos daqui

tsunami nem liga pra mistura do Piauí com Ceará

Se permanecermos paradas piocerá

Pioceria se na barriga dele jogássemos uma “gia”

Igual aquele camaleão no busto daquele mancebo na praia de macapá

Talvez um destaque

Um registro de nosso país

Assim nunca mais ele esqueceria

De duas gatas garotas, marotas do Piauí mistura com o Ceará,

Seria o registro de nossa história

No palco da vitória, na mansidão do tsunami em nostalgia pela ausência, quem sabe?... de uma mulher em particular!

Tirei foto em árvore

Vendi crep’s de mentirinha

Filmamos árvores tortas

Vivendo na alegria

Fui pega de atropelo

Enchendo a barriga de camarão

Não dormindo à vontade

Adquiri indigestão

Kaká deu comida pro “goli”

Eu como não tive o privilégio

Faltei a cor, quase tornei-me moribunda

Nessa hora faltou-me o riso

O qual tinha em abundância

Senti um vácuo de solidão

Parti para a esperança de um “pum” de sobressalto...

...isso seria a solução

Tansinha foi poupada

De tão insana desventura

Levando-nos a absorver

O amargo odor que vou poupar-me do relato nesta narrativa

Mas era de fato um desabafo desejado

De todo problema na barriga!

A noite foi chegando

No coração um grande aperto

Fomos ao TOMBOM

Palco de uma história de amor

De um passado remoto.

Essa que vos fala

Derramou-se em lágrimas

Com a lembrança que restou.

Cada música uma saudade

Marcada no cenário da vida

Tansinha não poupava os detalhes

Da história antes vivida

O soluço espreitava

Repetidas lágrimas caídas

Uma amor de desilusão

Que ainda fere meu coração.

Entre uma lágrima e outra

Observei do lado de lá

A senilidade de um homem em particular

Que com um sinal feito com o dedo

Tentava me paquerar

Ignorei aquele feito

Nada me chamava a atenção

Lembrava de meu Bred Pity

Que estava em meu coração.

No regresso ao AP

A noite, uma criança

Enfeitada pelo céu bordado de estrelas.

A cidade nada oferecia

A não ser ruas em grande silêncio

Restando apenas, o descansar para um novo dia.

Fomos a Macapá

Muito calmo aquele lugar

Era tão deserto

Que nua se podia ficar.

Muitos risos,

Muitas brincadeiras

Foi encanto total

Nada de desavenças

Foi tudo sensacional.

Ao chegarmos no alemão

Um restaurante praiano

Deparei-me com o olhar de um velho marinheiro

Por um momento me assustei

Com seu rosto inquieto

Com um aceno confirmei

Que pra mim olhava direto

Kaká na minha defesa

Tansinha defendia o véi

Na verdade ela queria evitar

Uma possível discussão familiar

O certo é que o pobre velho com o desejo de me paquera

Logo baixou a crista

E parou de me olhar

Tinha um garoto motoqueiro

E na lembrança fértil de Tansinha

Veio a imagem do meu irmão

O secador de pneu naquele momento seria a solução

Com os pneus secados

Parava aquela chateação

Uns garotos desprovidos

Detiveram-me o olhar

A tristeza de um estômago vazio

Fez-me lamentar

Fizemos um prato pra viagem

E pra eles fomos entregar.

Depois da degustação

Voltamos para o AP

Adormeci com demarcação indefinida

Presa fácil para azaração

Foco de brincadeiras das molecas

As quais tiraram foto da posição

Que não estava nem um pouco discreta!

Arrumamos as malas

Final da linha

Retorno ao ponto inicial

Tansinha entrega as chaves ao filho

De nosso anjo protetor

E assim se pronunciou:

deixamos umas coisas dentro da geladeira!

A felicidade veio com o brilho nos olhos do garoto

Que imaginou ser muita coisa!!!!

Eita! Deixamos na verdade, uma grande incógnita na mente de nosso anjo dourado

De certo ele nunca vai saber:

Por quem de certo foi roubado.

Na geladeira nada tinha

A não ser dói pratos e um resto de um legado

Na estrada tivemos uma bênção sobrenatural

O registro de relâmpagos

E um pôr-do-sol bem natural

Armamos a máquina

Um fleche com precisão

Tiramos foto de tudo

Sendo o maior registro dentro do coração

Entre uma música e outra

Legião Urbana

Minha amiga Adriana

Axé, talvez, baiana

Compus uma poesia sensacional

Li a façanha para a dupla genial.

Pedi sugestão para o poema

“ ESTRADA”

Nome da primorosa poesia

Que marcou a nossa viagem

E toda nossa alegria!

ATORES:

• Dourado

• tsunami ;

• homem do camaleão;

• Véi do TOMBOM

• Véi do Alemão

• Crianças de rua;

• Mini motoqueiro zoadento

• Câmara

• Filmadora

Passageiras à bordo do ECO: Tansinha, Kaká e...

Eliene César
Enviado por Eliene César em 19/06/2006
Reeditado em 08/08/2006
Código do texto: T178304