A falsa descrição
Caminhava como de costume,pelo mesmo lugar,não percebia nada,era indiferente a tudo.Os rostos eram apenas vultos,mal enxergava-me,não distinguia um semblante qualquer.
Da janela do meu gélido quarto,prostava-me e procurava imaginar um rosto perfeito e que nele pudesse ao menos pensar que sou eu a aparência mais vibrante e menos vivo,porém mais útil por ser nada.
Certa vez,fazendo o que sempre fazia,notei na multidão que atravessa as ruas e a mim,um rosto de uma criatura que jamais percebi e que não era igual a nenhum outro que já vi,fiquei inerte,contemplando aquele rosto misterioso,de um olhar perdido e consciente de tudo.por que não falar na boca ,que boca! era a simbologia dos pecados mais pecaminosos.
A criatura que avistei parecia beijar-me com os olhos e chamava-me para junto de si,mas, eu nada podia fazer,estava petrificado pela aparência mais destrutiva,mais forte que os meus pobres olhos puderam ver.Fiquei o dia todo a admirar a enigmática figura e a noite os olhos quase cegos,mas,atentos,derrepente não mais viram o rosto perfeito,desprovido de falsidade e fechei a janela do meu mausoléue adormeci.Pela manhã,novamente abrir a janela e procurei incessantemente a imagem da criatura.
Que ilusão,era tudo miragem,a figura que vi,não era figura,era imaginação de minha mente pouca e meus olhos vadios que buscavam pela última vez,enxergar qualquer coisa que fosse,constatei que perdera a visão por inteiroe apenas pudia sentir que sentia e pensar que pudia ver que via.