Paixão X Amor e Você, o que diz? - Lia de Sá Leitão) 22/11/2006

Como fazer o diferencial? Assumir um título que ainda nem se sabe como elaborar?

Como empolgar o leitor no encantamento da introdução?

Tenho escritos tantos textos quanto meu juízo permite, numa velocidade surpreendente.

Hoje, a criança está dando trabalho para sair da forminha.`

Pensando aqui com minhas fivelinhas azuis.

Será que o fato de a gente ficar em estado de graça, feliz, sorrindo para as paredes, dirigindo nas avenidas em alta velocidade como se fossem vias de passeio, e o mais interessante, o mar, antes um elemento da geografia que podia ser transformada em usina de água doce e estava ali antes do Brasil ser Brasil, agora tem um quê de beleza, uma especial sedução?

Certamente depois dessas observações as letrinhas se escondem por trás da palavra paixão.

Hum, sei não, sei não.

Segurando o leitor pela mão e convidando-o a participar da discussão, com direito a deixar uma observação nos comentários.

Ontem falei com uma amiga sobre o assunto - paixão – e chegamos à conclusão que a paixão é como cor suave porém intensa, quiçá um amarelo nenê em tom pastel iluminado.

A amiga me falou assim: Normanda, podemos analisar seu comportamento, menos agressivo, mais dócil, menos amarga e mais risonha, mais afável, até mesmo carinhosa. Engraçado até meu psiquiatra falou isso, só eu não percebi essa diferença. Sempre fui assim meiga, carinhosa, delicada, dócil, se fui algum dia grosseira, foi por pura preservação da emoção e guardei à unha e dentes as pérolas para mim.

Imaginado-me egoísta Sr. Leitor? Nada de nada! Parece que a vida caleja um pouco a alma e temos medo e muito mais medo de sofrer as quarentenas da paixão.

Quem não sofreu um namoro trocado, um equívoco de paixão, a transferência de afetos para o sujeito da oração errada? Sofremos quarenta dias sim! Somos como os semi deuses no Saara. Quem não surfou uma duna escaldante aos 40°, pingando o suor? Os desesperados em pleno meio dia deslocando-se para o trabalho.

Alta voltagem do ser assistindo a terra ferver com uma luminosidade inenarrável, misturado a real areia escaldante e a virtual onda morna, espumando de alegria

na praia, dando viva ao nada do mundo.

Somos em cores! Rosas, violetas, azuis, amarelos, vermelhos, pretos, brancos, furta-cores, arco-íris, somos todos cores, basta identificar o tamanho da paixão.

Algum leitor pode está se perguntando, por que ela não fala em amor? Retorno a questão. Qual a concepção de amor se a paixão é essa tsunami de cores, ora fortes e inalteradas, oras em tom pastel e infantil?

Ah! Meu caro leitor, reflita um pouco, qual a última vez que o pintor retocou as paredes das suas emoções?

Em tons melodiosos você ouviu uma música suave criada no seu âmago e você silenciou dentro do seu coração e disse: MEU DEUS É PAIXÃO! Será que Maria, Teresinha, Belinha, Josefina, Ana, Agripina, ( vice versa, claro!) e Pedro, Arthur, Luis, Wagner, enfim, alguém vai sentir a diferença? Vou funcionar, mesmo em conflito entre o segurar o corpo real, que dorme ao meu lado e aquele desejado com o ímpeto das tempestades?

Eu e minha amiga chegamos a conclusão que se apaixonar com culpa é o absurdo imposto pela contravenção cravada na educação do tempo da vovó, e sobrou para cada um de nós o conceito iconoclasta da 1ª Comunhão e a concepção pecaminosa dos devaneios da paixão.

Pensou?

Sabe agora o motivo pelo qual não tratei um só minuto em amor! Se paixão é esse destrambelhamento de posições e contraposições imagine o amor; mas vamos tentar chegar ao mais profundo sentimento humano.

O amor é silencioso, rasteja como cobra mas tem alvo certo, corre por cima da terra como o homem forte possui os pés firmes, sabe o caminho, é decidido, não compra tinta industrial para deixar a parede mais bonita, escolhe o pigmento, a argamassa e o cimento, desenvolve a uma textura própria que será eternizada na paisagem que constrói.

O amor pode durar menos que a paixão mas eterniza-se como uma obra de arte. O amor não descasca, nem fica fora de moda; o amor tem estilo, o AMOR não tem dúvidas, ele sabe que decisão tomar na hora certa, não tem medo dos olhares desconfiados das portas entreabertas.

Você pensou caro leitor?

Agora nesse instante quem está no vazio sou eu, comecei um texto sem pé nem cabeça, queria escrever com os volteios metafóricos que a literatura me concede para expor meu sentimento, ao ser que pretendo me deixar levar pelas brumas do pensamento até o momento da posse, corpo a corpo, entregar-se aos braços e abraços, aos beijos e juras mais perfeitas, deixar os hormônios fluírem, exalarem suas guloseimas entre o laços e os lençóis e cá estou, engarrafada, com uma fotografia nas mãos, um olhar pidão de quem diz, quero ser feliz.

Lia Lúcia de Sá Leitão
Enviado por Lia Lúcia de Sá Leitão em 15/08/2009
Código do texto: T1755695
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