CÊ PAGA, ELA FICA

CÊ PAGA, ELA FICA

Pessoa alegre, divertida e de bem com a vida era o Nico Gouveia, ele era apreciado por todos ma Vila do Terezão e ele merecia, mas como um ser humano perfeito ainda está por nascer, Nico tinha seu ponto negativo, porque ele não fazia favores ; feliz proprietário do único táxi do lugar, ele sempre tinha uma desculpa para não dar caronas.

Mesmo quando não queria levar passageiros não pagantes, ele dispensava as pessoas de um jeito todo especial e ninguém se zangava com ele, porque Nico Gouveia era um diplomata nato mesmo sem saber o que isso significava, ele era um; com o passar do tempo as pessoas pediam carona a ele, só para se divertir um pouco.

Ele criava todo tipo de desculpas para se livrar dos solicitantes e como era muito criativo e engraçado, aquilo se tornou um habito entre os moradores da Vila de Terezão, quando queriam rir um pouco; geralmente ele usava sua família em suas invenções: um dia a sogra estava mal e ele ia depressa levar remédios para ela.

Ou a esposa Zilda queria ir na vila vizinha comprar um galo índio e ela não gostava de companhia, chegou a matar parentes de mentira para justificar suas negativas, mas ninguém desistia dos pedidos, só para ouvir as histórias inventadas por ele para se livrar do assunto e quanto mais ele escapava, mais eles riam.

Por fim ele adotou apenas uma de suas mentiras, que era assim: quando alguém pedia uma carona, Nico dizia que o carro estava cheio de passageiros e que o lugar restante era para sua mulher Zilda, mas um amigo criativo resolveu acabar com aquilo e disse: e se eu pagar bem pela viagem? Ele prontamente respondeu: ai meu amigo, cê paga e a Zilda fica.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 15/08/2009
Código do texto: T1755251
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