BALZAC, MEU IMPOLUTO FILHO

Talvez a saudade seja a única maneira de trazê-lo para perto, porém estive ponderando sobre outras tantas... Saudoso com suas peripécias, com suas maluquices, com suas criancices... Depois de todos os atropelos que me assaltaram nesses últimos dois meses, estive, copiosamente, buscando me redimir perante aos tempestuosos e impetuosos erros que cometi.

Hoje, mais especificamente neste exato momento, encontro-me sóbrio o bastante para responder algumas perguntas que me fizeram crescer a ignorância e arrogância desprovidas de motivos. Simplesmente sou culpado... Oh! Como eu o estimo. Chamem os algozes mais severos e rudes para que eu possa recompensar o que fiz futilmente; é amargo revelar que suas palavras me soavam inverídicas e insustentáveis, e sem levar em consideração o produto disso tudo, que tangia a insignificância.

Estimado. Fiel. Primoroso filho. Repetirei seu nome, seus gestos... Trarei comigo a proteção que me direcionou um dia, tão farta que cheguei, indubitavelmente, defender a minha omissão.

Todos os dias, a mágoa contínua... As janelas parecem nunca ter sido abertas; a porta parece nunca ter sido aberta; em sua cama parece que jamais alguém descansara. Enlouquecer? Talvez ainda não seja a hora. Nossa! Como a chuva vespertina desperta meu corpo com uma dor terrível.

Isso! Desça as escadas, conte o que pretende fazer. Realizar seus sonhos mantém os meus sempre possíveis. A comida que gosta ou a roupa que lhe apetece... O furacão ainda devasta com seus pormenores.

Enfim, trago boas notícias: fugi para bem longe, mas deixei amor debaixo de seu travesseiro. Oh! Meu Balzac, por favor, deixe-me vigiá-lo, somente agora, enquanto dorme profundamente.