UM PASSADO DE MENINA...
Esse passado que me observa
oculto entre névoas da memória,
arrulha os gemidos do vento que
se foi,
faz-me lembrar a menina de olhos
verdes e risonhos, que passeava de
cabelos em tranças,
por sobre os trilhos da "Maria-Fumaça"
e olhava admirada a geografia não estudada
dos campos alagados de copos-de-leite,
lardeando minha casa,
que minha avó colhia em finados, para
homenagear seus entes queridos...
As lágrimas brotavam quentes a cada
apito do trem, assustada com aquele som gritante,
em manhãs frias e adocicadas,
pelo café fumegante como o trem e a
broa servidos, e que me acordavam
para um novo dia. Faria meus caprichos de
filha serem acalentados, meu querido pai,
em andanças de mãos dadas por entre barrancos
e pedras que ornamentavam os canteiros de
gerânios do quintal de minha casa...
A igrejinha da pracinha personificava um Jesus menino
com sua mãe, e seus sinos bradavam as manhãs
sonolentas dos domingos, em que vestia o meu
melhor vestido branco, de algodão e babados de filós;
os sapatinhos pretos de boneca, presente de uma tia,
acompanhavam o traje dominical e matinal, pois só eram
usados nos domingos de missa...
Com os olhinhos brilhantes de felicidade incontida,
verdadeira e inocente, saboreava em minha infância doces
momentos de alegria,
que pude aproveitar e me transformar, na mulher
que hoje sou, capaz de valorizar o que a vida soube me
presentear...o amor, puro e incondicional, de minha família...
Esse passado que me observa
oculto entre névoas da memória,
arrulha os gemidos do vento que
se foi,
faz-me lembrar a menina de olhos
verdes e risonhos, que passeava de
cabelos em tranças,
por sobre os trilhos da "Maria-Fumaça"
e olhava admirada a geografia não estudada
dos campos alagados de copos-de-leite,
lardeando minha casa,
que minha avó colhia em finados, para
homenagear seus entes queridos...
As lágrimas brotavam quentes a cada
apito do trem, assustada com aquele som gritante,
em manhãs frias e adocicadas,
pelo café fumegante como o trem e a
broa servidos, e que me acordavam
para um novo dia. Faria meus caprichos de
filha serem acalentados, meu querido pai,
em andanças de mãos dadas por entre barrancos
e pedras que ornamentavam os canteiros de
gerânios do quintal de minha casa...
A igrejinha da pracinha personificava um Jesus menino
com sua mãe, e seus sinos bradavam as manhãs
sonolentas dos domingos, em que vestia o meu
melhor vestido branco, de algodão e babados de filós;
os sapatinhos pretos de boneca, presente de uma tia,
acompanhavam o traje dominical e matinal, pois só eram
usados nos domingos de missa...
Com os olhinhos brilhantes de felicidade incontida,
verdadeira e inocente, saboreava em minha infância doces
momentos de alegria,
que pude aproveitar e me transformar, na mulher
que hoje sou, capaz de valorizar o que a vida soube me
presentear...o amor, puro e incondicional, de minha família...