Prostituto Vespertino (ou A Vingança da Esposa Traída)
Ela contou o dinheiro que tirou da sua bolsa. Oitenta reais. O jovem, forte e negro, estendeu uma das suas mãos e pegou o dinheiro. Ele também contou as cédulas e depois deu um sorriso, confirmando que o valor estava correto. Perguntou a sua cliente se queria repetir a dose. Ela prontamente respondeu que não podia, precisava vestir o seu vestido e ir embora para casa, senão seu marido poderia desconfiar de seu possível atraso. Então ele pegou a calcinha da sua cliente que se encontrava no chão, próxima a cama redonda daquele motel, e, sem hesitar, cheirou-a, “Adoro esse cheiro de mulher no cio.”, disse, dando-lhe uma risada. Logo depois, jogou-a em cima dela, na altura da barriga. Deu-lhe um outro sorriso, desejou-lhe um bom final de tarde, abriu a porta e foi embora.
A professora pegou a sua carteira de cigarros e seu isqueiro, ambos estavam em cima de um criado mudo, onde também estava o seu celular, desligado, é claro. Acendeu um dos cigarros, deu uma tragada e um sorriso de satisfação. Estava relaxada, na verdade, vingada. No seu íntimo, precisava fazer aquilo a fim de se vingar das traições do seu marido, havia descoberto por meio de um detetive particular que lhe trouxe provas concretas, dois meses antes desse evento, que o seu conjugue a traia com algumas prostitutas que lhe agradavam, e isso com uma freqüência quinzenal. “Ou faço isso, ou peço a separação.” Falou para si mesmo, depois que havia dado outra tragada no seu cigarro. Olhou para o seu relógio, eram dez para as quatro. Jogou o cigarro no cinzeiro de barro. Levantou-se da cama. E depois que vestiu o seu vestido estampado, disse: “Homem gostoso, valeu a pena o dinheiro que gastei.”