Às margens da lagoa
A lagoa brilha.
A lagoa resplandece, na manhã de sol.
Os raios douram as águas, repartindo-se em mil cintilações.
A lagoa, que não é realmente uma lagoa, mas uma laguna, reverbera a luz solar.
Ela caminha pela borda.
Caminha e pensa, caminha e sente.
As águas da lagoa brilham.
As águas da lagoa cintilavam assim, no dia em que ele decidiu arriscar a vida em outras paragens.
Ele, dividido. Ela, angustiada.
Veio o outono, passou o inverno, chegou a primavera.
Mais um verão lotou a praia.
Na manhã de domingo, as águas da lagoa brilham ao sol.
Ela caminha, olhos distraídos no horizonte.
As águas da lagoa cintilam.
Alguém põe-se a caminhar ao seu lado.
A ausência vira presença.
(Será o mesmo homem que um dia amou?)
Continua a caminhar, como se sozinha estivesse.
Lá no fundo, brilha a lagoa.