A esperança e as estrelas
A noite chega tímida à cidade, aos pouco o Sol se põe e a escuridão toma o céu a lentos passos. Sol poente, céu gradiente, lua, estrelas, por fim... Noite. Noite em que tantas pessoas olham para o céu e vêem brilhar estrelas, seriam também de Apolo as estrelas? Não, as estrelas são dos vis mortais, estrelas são manifestos de Hefésto nos corações. É o Fogo, gotas de esperança em meio à noite. Escura, gélida, mas repleta desse fogo que arde sem notar-se, às vezes fraco às vezes forte... Mas sempre estará lá.
Será que as pessoas enxergam suas estrelas? Dão-lhes nomes? Sabem onde elas estão? Será que as procuram em si mesmas? Ou vêem no céu apenas luzeiros, menores, menos importantes, muitas vezes omitidos pelas paredes ou pelos telhados? De nada adiantariam estrelas se não nos trouxessem nenhuma lembrança, de nada adiantam estrelas que não são vistas.
Então depois de mais uma noite aos poucos surge o Sol, e as estrelas se vão, lentamente, uma a uma são ofuscadas, temporariamente. Até que surja uma nova noite, e elas novamente se acendam, tais quais as luzes da cidade... Afinal só se precisa de luz quando há escuridão. O importante é saber que as estrelas não morrem, apenas deixam de existir quando não há quem as contemple.