A BAIA DAS ORQUÍDEAS

Eu sentia o vento bater em meu cabelo.

A Baia das Orquídeas foi como um lar para mim, é realmente uma pena que não pude desfrutar desse maravilhoso local por muito tempo.

Lembro-me de ser convidado à uma expedição. O rei da França não confiava nas forças armadas vizinhas. A única opção para viajar no Século XVI seria numa grande embarcação.

Tive que ir até um porto distante da capital para poder iniciar a viagem. O porto da Catátrofe era dominado pelo mercado negro, porém era o único que podia ser utilizado no momento devido às guerras.

Trinta homens de família, corajosos e de confiança formavam a tripulação. Alguns já possuiam muita experiência, porém não foi suficiente.

Já era noite quandoa primeira bola de canhão perfurou o casco do S.S. Estellar. O grande impacto acordou a todos. Uma das caravelas portuguesas lançava seus tiros certeiros e confiantes. Eu podia olhar através dos olhos dos bravos homens que tentavam resistir com honra ao ataque inimigo. Um a um, todos morreram. No quinto impacto fui arremessado contra o mastro e perdí a consciência instantaneamente.

Acordei numa pequena instalação da adorável Baia das Orquídeas. uma bela moça mostrava grande importância com meu bem-estar, apesar de saber que não me restava muito tempo de vida. Sophie - come se chamava - me mostrou toda a baia, desde o porto até a pequena Montanha Verdejante. Havia quebrado o braço esquerdo, perfurado um dos pulmões e sofrido um grave impacto no crânio.

Passei a maior parte daquele dia no estábulo admirando o cavalo negro: o Tempestade. Sua crina brilhava com a luz e era possivelmente a melhor montaria que já havia visto. Ele me encarava, tentando me consolar, ambos sabíamos que o dia seguinte poderá ser o último.

O dia seguinte havia chegado. A luz penetrava pela janela, convidando-me para encarar a morte. Ela me puxava da cama e eu levantava inconscientemente de minha cama. Vestí uma boa roupa e fui me encontrar com o destino.

Passei novamente no estábulo para convidar meu companheiro para o grande evento. Cavalgamos até os campos de orquídeas. Tempestade abaixou-se um pouco e pude descer. Enquanto ele corria pelos campos, subí até a pequena elevação da Montanha Verdejante, encostei-me numa grande árvore e sentei alí sob sua sombra.

Sentia o vento tocar meu cabelo. Olhei para o mar e para o Tempestade. Ele corria em minha direção, sua crina balançava levemente para os lados e brilhava como nunca. Deitei-me e sentí o frio apoderar-se de minha alma. Ele continuava correndo, cada vez mais perto. Então vem o escuro, seguido por uma estranha sensação de conforto.

Ainda posso ouvir seu relincho, mas não posso mais ouvir meu coração bater.