Prostituta Vespertina
Ele contou o dinheiro que tirou da sua carteira. Oitenta reais. A jovem, magra e morena, estendeu uma das suas mãos e pegou o dinheiro. Ela também contou as cédulas e depois deu um sorriso, confirmando que o valor estava correto. Perguntou ao seu cliente se queria repetir a dose. Ele prontamente respondeu que não podia, precisava vestir o seu terno e ir embora para casa, senão sua esposa poderia desconfiar de seu possível atraso. Então ela pegou a cueca do seu cliente que se encontrava no chão, próxima a cama redonda daquele motel, e, sem hesitar, cheirou-a, “Adoro esse cheiro de macho.”, disse, dando-lhe uma risadinha. Logo depois, jogou-a em cima dele, na altura da barriga. Deu-lhe um outro sorriso, desejou-lhe um bom final de tarde, abriu a porta e foi embora.
O bancário pegou a sua carteira de cigarros e seu isqueiro, ambos estavam em cima de um criado mudo, onde também estava o seu celular, desligado, é claro. Acendeu um dos cigarros, deu uma tragada e um sorriso de satisfação. Estava relaxado. No seu íntimo, considerava aquilo uma terapia, um remédio para os seus problemas domésticos. Precisava daquelas aventuras sexuais, senão não agüentaria a gordura e a cara feia da sua esposa. Os anos e os filhos haviam transformado a aparência dela. “Ou faço isso, ou peço a separação.” Falou para si mesmo, depois que havia dado outra tragada no seu cigarro. Olhou para o seu relógio, eram dez para as cinco. Jogou o cigarro no cinzeiro de barro. Levantou-se da cama. E depois que vestiu a sua calça social, disse: “Vagabunda gostosa, valeu pela despesa que tive.”