POR ENGANO FUI AO CÉU E VOLTEI...
PRÓLOGO
Eu costumava balançar essa cadeira de madeira maciça, de um lado pro outro... Meus amigos passavam falando sobre os lances de Pelé e do Mané... Mané Garrincha! Sempre mostrava-me desinteressado, olhava por cima da lente as algazarras e versos de Goethe e Poe que folheava (nunca jornais)... Pois tomei um repúdio por essa classe literária (fofoqueira), quando soube por meio dela, que minha mãe havia morrido, nem sequer a conheci (a não ser no primeiro dia da minha vida e no último dia da permanência dela no mundo)...
Depois quem morreu foi eu!... Por causa de uma infecção em um furúnculo.
(...)
O VELÓRIO
Meus amigos foram em meu velório fazer a última boquinha livre às minha custas... Uns até ficaram bêbados... O Severo bateu contra meu peito dizendo:
- Vai-se aí um grande homem!!!... Sempre fui mesmo grande e ele muito pequeno, adorava dá-lhe bofetadas, aproveitando-me dessa vantagem e saquei que ele se vingava naquele instante... Bofetada por bofetada.
Enquanto todos passavam perto de mim (até por dentro de mim), sem me notar... Entrou na sala um belo velho louro, vestia um manto branco e carregava uma flor na mão que me entregou.
- Quem é você?
Não entendi, mas ele riu vigorosamente...
- Todo mundo quando me vê faz a mesma pergunta. Sou a Morte! Muito prazer!
Dai quem riu foi eu.
- Não pode ser. A Morte é feia, veste preto e carrega uma foice.
- E Deus é um velho com barba e cabelos longos e brancos!
Rimos...
Ele pôs a mão em meus ombros e me disse que era hora de partir... Pediu para eu me despedir das pessoas que eu mais amava no mundo enquanto ele esperava lá fora.
Beijei o rosto da Quitéria, minha empregada e fui embora.
- Para onde vamos?
- Para onde achas que vais?
- Já sei. Vais me levar ao inferno...
- Credo em cruz! Por lá nem passo perto.
- Então onde?
- Já ouviu falar do purgatório?
- Claro!
- Então vamos...
(...)
TRIBUNAL
Lá naquela sala cheia de gente... Na verdade, um belo jardim, muitas roseiras e pássaros, piam! Pelo caminho... Tava maior tumulto, por causa do "voo 447", bati chapéu pra muita gente, para anjos e pro Diabo... Até pro Carlos...
- Quê faz aqui?
- Vim trazer um poema pra Jesus, ele adora!
Jesus chegou...
- Fez o que te pedi Carlos?
- Sim, meu Senhor, o título é: "Morte"...
- Dê-me que depois eu leio...
- Vá Carlos!... Abraço!
- E você Josiscleydon o que me diz?
- Senhor estou esperando meu julgamento...
- Meu caro tem muita fila... E aquele furúnculo lá, foi um engano (hehe)... Não era pra você era pro Severo...
- Então?
- Aproveite bem a vida e cuidado com que tem feito dela, eu sou bom, mas sou justo... E não diga pra ninguém que me viu senão te faço mudo...
- Posso pegar pelo menos um autógrafo?
- Meu?
- Não do Carlos...
- (Hehe) Corre lá... Vá lá!... Um abraço!
FINAL...
Dei uma bofetada no Severo! Todo mundo quase morreu de susto...
Eu apenas levantei e ri...
- Caro Severo se quiser entrar aqui, já pode vir... Tá chegando sua vez...
Fui fazer amigos de verdade...
Fui fazer amores de verdade...
Fui viver a vida de verdade...
FIM
PRÓLOGO
Eu costumava balançar essa cadeira de madeira maciça, de um lado pro outro... Meus amigos passavam falando sobre os lances de Pelé e do Mané... Mané Garrincha! Sempre mostrava-me desinteressado, olhava por cima da lente as algazarras e versos de Goethe e Poe que folheava (nunca jornais)... Pois tomei um repúdio por essa classe literária (fofoqueira), quando soube por meio dela, que minha mãe havia morrido, nem sequer a conheci (a não ser no primeiro dia da minha vida e no último dia da permanência dela no mundo)...
Depois quem morreu foi eu!... Por causa de uma infecção em um furúnculo.
(...)
O VELÓRIO
Meus amigos foram em meu velório fazer a última boquinha livre às minha custas... Uns até ficaram bêbados... O Severo bateu contra meu peito dizendo:
- Vai-se aí um grande homem!!!... Sempre fui mesmo grande e ele muito pequeno, adorava dá-lhe bofetadas, aproveitando-me dessa vantagem e saquei que ele se vingava naquele instante... Bofetada por bofetada.
Enquanto todos passavam perto de mim (até por dentro de mim), sem me notar... Entrou na sala um belo velho louro, vestia um manto branco e carregava uma flor na mão que me entregou.
- Quem é você?
Não entendi, mas ele riu vigorosamente...
- Todo mundo quando me vê faz a mesma pergunta. Sou a Morte! Muito prazer!
Dai quem riu foi eu.
- Não pode ser. A Morte é feia, veste preto e carrega uma foice.
- E Deus é um velho com barba e cabelos longos e brancos!
Rimos...
Ele pôs a mão em meus ombros e me disse que era hora de partir... Pediu para eu me despedir das pessoas que eu mais amava no mundo enquanto ele esperava lá fora.
Beijei o rosto da Quitéria, minha empregada e fui embora.
- Para onde vamos?
- Para onde achas que vais?
- Já sei. Vais me levar ao inferno...
- Credo em cruz! Por lá nem passo perto.
- Então onde?
- Já ouviu falar do purgatório?
- Claro!
- Então vamos...
(...)
TRIBUNAL
Lá naquela sala cheia de gente... Na verdade, um belo jardim, muitas roseiras e pássaros, piam! Pelo caminho... Tava maior tumulto, por causa do "voo 447", bati chapéu pra muita gente, para anjos e pro Diabo... Até pro Carlos...
- Quê faz aqui?
- Vim trazer um poema pra Jesus, ele adora!
Jesus chegou...
- Fez o que te pedi Carlos?
- Sim, meu Senhor, o título é: "Morte"...
- Dê-me que depois eu leio...
- Vá Carlos!... Abraço!
- E você Josiscleydon o que me diz?
- Senhor estou esperando meu julgamento...
- Meu caro tem muita fila... E aquele furúnculo lá, foi um engano (hehe)... Não era pra você era pro Severo...
- Então?
- Aproveite bem a vida e cuidado com que tem feito dela, eu sou bom, mas sou justo... E não diga pra ninguém que me viu senão te faço mudo...
- Posso pegar pelo menos um autógrafo?
- Meu?
- Não do Carlos...
- (Hehe) Corre lá... Vá lá!... Um abraço!
FINAL...
Dei uma bofetada no Severo! Todo mundo quase morreu de susto...
Eu apenas levantei e ri...
- Caro Severo se quiser entrar aqui, já pode vir... Tá chegando sua vez...
Fui fazer amigos de verdade...
Fui fazer amores de verdade...
Fui viver a vida de verdade...
FIM