O SEGREDO DE NORBERTO
Este é apenas um trecho do livro ainda não editado, que contém aproximadamente 180 páginas. Fala de Turismo sustentável, turismo rural, romance entre outros. Inicia-se numa fazenda, posteriormente, seus personagens transportam-se a cidade turística de Florianópolis. Onde desenrola grande parte da história. Lá retrata do Palácio Cruz e Sousa, parte histórica e mística. Praias da cidade entre outros.
Na fazenda seus personagens vão aprender tudo que se precisam saber para viver numa fazenda. Principalmente com o cuidado com a natureza. A história inicia-se numa trilha, onde seus personagens vão aprender muitas coisas como nomes de pássaros e curiosidades de árvores de todo mundo. Muitas surpresas aguardam nesta trilha, e em todo romance onde você vai descobrir o "O Segredo de Norberto".
O SEGREDO DE NORBERTO
Ainda não havia clareado o dia, e Leo já ouvia os sons típicos de uma fazenda. O som do gado o havia acordado. Olhou o relógio que deixara ao lado da cama de colchão de palha: 04h e 40min. Nossa! Já havia perdido o sono com aqueles mugires todos. Levantou-se e dirigiu-se para o galpão. Ordenhavam as vacas leiteiras. Ficou ali observando tudo aquilo, o leite jorrava para os baldes. Eram baldes e baldes enfileirados, uns à espera do transporte, outros prontos para a fabricação de queijos.
Em seus 26 anos, Leo ainda não havia tido uma experiência daquelas, era algo que a vida na cidade não lhe proporcionara. A experiência estava lhe trazendo algo novo. Alguém pára ao seu lado:
– Olá, Leo, vejo que para você isto tudo é novidade, não é rapaz? Aceita um camargo?
– Camargo? O que é isso?
_ Ora, ora, bem, é simples: camargo é o leite fresco, recém-tirado da vaca, na horinha mesmo. Você coloca-o sobre um fundo de café que já está no copo; é um leite espumoso e forte.
– É mesmo? Olha, vou querer, sim, experimentar esse tal camargo. Você prepara para mim?
– Claro, Leo.
Enquanto o recém chegado buscava o Camargo, Leo pensava: Quantas coisas vou aprender nestes dias aqui na fazenda!
A ordenha continuava. Leo observava atento. O pessoal da fazenda amarrava a vaca pelos pés, enquanto o filhote, isto é, o terneiro, era mantido separado. Amarrada a vaca, o terneiro era trazido para mamar; só que mal sugava o leite, já era retirado e amarrado noutro canto até que a vaca fosse completamente ordenhada pelas pessoas. Só aí, então, que o bezerrinho era solto, junto com a vaca e poderia mamar à vontade (se sobrasse leite!).
Leo ficava pensando: Por que será que fazem isso com o pobrezinho? Nesse meio tempo, chega o camargo.
– Obrigado! Mas ainda não sei seu nome.
– Meu nome é Oswaldo.
– Obrigado, Oswaldo. Experimenta e logo exclama:
– Que gostoso! Leo emborcou o camargo.
– Olha, vejo que terei que vir mais vezes aqui. Posso tomar mais um?
– Claro, mas não tome demais, se tomar muito pode não fazer bem.
– Está certo, Oswaldo...
Leo tomava seu segundo camargo, quando resolveu andar pelo galpão, que era muito grande, passava por um animal e outro e observava todo o processo de retirada manual de leite, quando se deparou com uma moça na ordenha. Era uma mulher que tinha um ar de tristeza e, ao mesmo tempo, de beleza, o que lhe chamou atenção. Uma mulher ali executando aquele trabalho!... Continuou caminhando...
Deixou o galpão e foi dar uma olhada ao redor. Observou que a paisagem era muito verde, bonita mesmo de se apreciar. Que belo açude (lago artificial)! Leo observava tudo aquilo com encanto. Um ar de alegria iluminou-lhe o semblante, deixando-o entusiasmado, aquele açude não era um açude qualquer, não, o sol nascia e nele refletia seus raios...No açude havia marrecos, patos e cisnes... Que lugar lindo! Montanhas verdes...O sol nascendo, quantos têm esta oportunidade de estar aqui neste momento, num momento único. Ah.. .Isso já lhe dava uma grande paz e alegria de viver... Depois do café da manhã irei conhecer melhor este lugar, me disseram que existe uma cachoeira por aqui, irei até lá depois do almoço.
Agora Leo retorna à casa da fazenda. O café já está na mesa. Entra, cumprimenta as pessoas e senta-se sem ter prestado atenção onde e ao lado de quem, simplesmente sentou-se.
Nunca tinha visto uma mesa tão farta, ali havia bolos, bolachas, biscoitos, pudins, queijos, frutas e uma infinidade de coisas. Serviu-se calmamente. Quando resolve pegar o queijo, alguém também pega junto com ele, era a moça que estava ordenhando no galpão.
– Desculpe-me, pode pegar, disse Carolina.
– Não, primeiro você, por favor. Vi quando ordenhava, nunca havia visto uma mulher realizar esse trabalho. Pensei que fosse um trabalho executado somente por homens.
– Bem, como pode ver, nós, mulheres, também sabemos executá-lo. Na verdade, essa tarefa, mesmo considerada uma tarefa feminina, pode ser realizada tanto por homens como por mulheres.
– Nunca tirei leite em minha vida. Sabe, sou da cidade e estou gostando muito dessa vida aqui na fazenda. Acho até que vou me mudar para este lugar.
– É mesmo? Moro aqui desde pequenina, minha mãe Alice morreu quando eu tinha oito anos e minha tia Ismênia (não é a mesma Ismênia retratada mais à frente e, sim, a mãe dela) foi quem cuidou de mim. Eu também morava na cidade, mas adaptei-me à vida campeira. De vez em quando vou à cidade, mas a natureza é algo que me transmite paz, me encanta!
– A mim também, gosto muito da natureza, é tudo muito bonito. Mas ainda não sei seu nome. Eu me chamo Leo, e você?
– Carolina!
– Muito prazer, Carolina!
– Igualmente, Leo.
– Você conhece a cascata que tem aqui? Dizem que é muito linda.
– Sim, mas é muito longe. Você, que não é acostumado a andar tanto, não sei se agüentaria. Temos que percorrer uma trilha de duas horas para chegar até lá, mas vale à pena, é belíssima!
– Você acha, Carolina, que eu vim de tão longe e vou perder isso? Já fiz trilhas em outras ocasiões, mas sempre com guias credenciados.
– Sim, claro, estamos organizando um grupo e iremos. Nosso guia aqui é o Oswaldo. O que me diz, Oswaldo, quando poderemos fazer a trilha até a cachoeira?
– Hoje mesmo, Carolina. Temos outras pessoas que já expressaram desejo de conhecê-la.
Oswaldo estava sentado do outro lado de Leo, que, somente naquele momento, deu-se conta da sua presença.
– Não precisa ser tão modesta, Carolina, afinal a nossa principal guia é você, lembra-se dos caminhos que aprendi com você?
– Claro, mas isso não vem ao caso, Oswaldo, afinal você tem se saído muito bem como guia.