Sem Culpa
Entrou na doçaria e passou lentamente o olhar sobre o balcão onde belas tortas esperavam pacientemente para serem degustadas ou simplesmente devoradas.
Escolheu a que pensou ser menos calórica. Pouco marshmallow, pouco creme e muitas frutas cobertas com uma fina camada de geléia.
Isso era apenas um álibi para justificar a culpa após o prazeroso ato de degustá-la.
A nova idade arranha-lhe o pensamento com discreta melancolia.
O superficial já não faz mais sentido, o básico é o que importa e o desejo é ter plena afinidade com a vida.
No desenrolar do dia, beijos, abraços, telefonemas, e-mails...
E logo mais apagar as velinhas.
Definitivamente vale a pena apagar as velinhas...
Definitivamente vale muito degustar a torta e sem culpa nenhuma.