A PEQUENA GIRASSOL.
Numa pequena vila onde um belo lago azulado convidadava a natureza a um banho de alegria, vivia a pequena Girassol com sua humilde família de lavradores. Seu pai era um típico camponês do leste europeu, isto é, bastante conservador em suas raízes. A mãe de Girassol a senhora Nadja era um perfeita dona do lar e cuidava com afinco dos cinco filhos e de seu marido. Tudo corria em perfeita harmonia naquela pequena propriedade a 200 kms de Zagreb.
Aos domingos a menina que naquela época tinha apenas 12 anos se divertia com seus irmãos e com o seu cachorro chamado Bjork, esse cão, um grande husky siberiano com imensos olhos-azuis era o melhor amigo de Girassol e sempre que a menina corria pelos vastos campos esverdeados da fazenda, Bjork a acompanhava e quase sempre a derrubava e lhe cobria com suas molhadas lambidas na qual a menina chegava a urinar de tanto rir. O mundo onírico de Girassol corria as mil maravilhas e o arco-íris da felicidade cobria à todos.
Naquele tempo, as desgraças do mundo ainda não faziam parte do mundo de Girassol, seu pai o senhor Patuskovick sempre protegia sua caçula com a ajuda dos irmãos. Um dia o irmão mais velho de Girassol teve que ir para Zagreb e Girassol notou que sua mãe chorava copiosamente e ao mesmo tempo agarrava os braços do filho como se não querendo que o rapaz viajasse. O marido teve que empurra-la e retirou-a força, o filho mais velho com o olhar melancólico apenas olhou para Girassol e entrou num jipe na qual dois homens fardados estavam a espera-lo. A pequena Girassol nada entendia, ela pensava que seu irmão ia para um circo ou algo parecido, pois aqueles uniformens negros eram horríveis e por isso a menina imaginou que seu irmão Amadeus fora trabalhar uns tempos na capital para ganhar mais dinheiro e comprar para ela um lindo pônei na qual ele sempre prometera. Então Amadeus partiu sem olhar para trás. Girassol deixou cair uma lágrima de tristeza e ela não compreendeu o porquê daquela lágrima.
Meses depois chegava a fazenda o mesmo jipe com homens fardados, mas seu irmão não estava no carro. Esses homens traziam uma carta que foi entregue ao senhor Patuskovick e este num tom grave entrou em casa e logo depois os gritos de desespero de sua mãe foram ouvidos e Girassol nada compreendera daquela cena. Para ela simplesmente seu irmão mais velho não quis vir porquê resolveu ficar em Zagreb para ganhar mais dinheiro.
Depois de um ano, Girassol notou que sua família empobrecia, a farta comida estava agora acabando e a noite nada além de pão tinha para comer e além disso, Amadeus realmente não voltava para casa e seu pai parecia cada dia mais triste e sua mãe não mais sorria como antigamente e então um dia Girassol perguntou:
- Papai, porquê meu irmão não volta para casa?
- Ele não vai mais voltar meu amor!
- Mas porquê?
- A guerra minha filha, levou embora Amadeus. - disse o senhor Patuskovick com agua nos olhos.
Ora, maidita guerra! Levou meu irmão embora, mas o que era essa tal de guerra? Não deveria ser coisa boa não. Girassol passava horas a fio procurando entender o que esta tal de guerra tinha feito a seu irmão e sempre rezava para Deus para esta tal de guerra nunca mais levar nenhum de seus outros irmãos. Mas naquela noite as trevas iriam mudar a vida da bela Girassol.
Naquela madrugada, Girassol dormia tranquilamente quando foi acordada com barulhos de bombas e tiros que ecoavam misturados ao som de gritos de dor e palavrões. Tudo foi muito rápido, ela viu seu pai se levantar da cama de pijamas e apanhar uma velha espingarda e correr lá para o alpendre e depois ela só escutou uma rajada de metralhadora e depois ouviu os gritos de seus irmão e de sua mãe.Ela também ouviu o latido de Bjork e depois mais um tiro e o pobre cão ganiu sua ultima dor e os tiros continuaram e então A pequena Girassol resolveu correr para a janela para ver o que estava acontencendo e seus olhos tremeram, ela viu seu pai, sua mãe e seus irmãos todos mortos e estendidos no terreiro. Ela podia ver que os olhos de sua mãe ainda estavam abertos mas não exibiam mais a vida e suas roupas também estavam rasgadas e ela parecia sangrar por baixo das pernas. Girassol viu dezenas de homens armados e rindo como se tivessem feito algo de muito engraçado. Eles pareciam bêbados ou drogados tal e qual eram suas horríveis feições, de repente 3 deles invadem a casa a procura de sobreviventes e Girassol se esconde embaixo da cama. Sua tristeza é tão grande que a menina não consegue segurar o gemido do choro e então ela é encontrada por esses tais homens que a pegam e a jogam em cima da cama. Sem nada dizer, um deles tapa a boca da menina e rasga suas roupas e depois força a ama penetração e o mundo de Girassol acaba ali. Aquele mundo arco-íris se trasnforma num mundo de desgraças e a pequena e ingênua menina é destruída através de um vil estupro. Todos os 3 soldados abusam dela que acaba desfalecendo ensanguentada por sobre a cama que pertencera a seus pais que agora jazem estendidos no quintal. Os homens diabólicos parecem querer leva-la para se servirem da menina mais vezes, mas o tiroteio recomeça, é a chegada das forças de Zagreb, que vão destruindo o pequeno bando de rebeldes que tinham aterrorizado a pequena fazenda, um a um são todos mortos inclusive os estupradores da menina Girassol que ao serem presos e acusados pelo estupro da criança, são empalados na mesma hora e ficam dependurados para servirem de comida aos abutres.
Ao entrarem no quarto e verem a pequena menina Girassol ensanguentada e nua, um dos soldados chora e se lembra de sua filha e então grita:
- Malditos covardes!!!!!
Girassol é levada para Zagreb e hospitalizada, após meses ela se recupera fisicamente, mas psicologicamente ela nunca mais será a mesma. Depois de 2 anos morando no campo de refugiados, Girassol se alista no Exército de Zagreb para combater os revolucionários. A menina meiga morreu e o que nasceu foi um ser sem piedade para com os outros. A pequena Girassol pagou o preço que milhares de crianças que até hoje pagam em nome dos inescrupullosos polítcos e de suas estupidas guerras que apenas dilaceram a beleza da vida.....