A paixão, o amor e o ódio
A Paixão disse:
- Eu que sou feliz, acariciada, desejada e jamais esquecida.
E o Amor respondeu:
- A felicidade sou eu, exclusivo, único e inseparável, indestrutível.
E o ódio os retrucou, dizendo:
- Que nada! A Paixão é efêmera. O Amor é cego. Quando entro em cena sou imbatível, provoco a traição e o final do relacionamento.
A Paixão respondeu:
- Eu sou a loucura do prazer ardente, indomável; quando estou presente o coração desconhece o Amor e o Ódio não existe no meu momento.
O amor de cabeça erguida, disse:
- Eu sou o encanto, a pureza e a verdade. Quando as almas gêmeas do amor se encontram, definitivamente, a paixão efêmera torna-se inexistente e o ódio venenoso nunca estará presente.
O Ódio chateado, disse:
- Eu não sou destruição. Sou o sentimento ferido misturado às frustrações, às incertezas, às dúvidas... sou o ombro amigo do coração vazio.
A Paixão desconsolada, disse:
- Sem mim não há outro sentimento... sou a primeira união do amor verdadeiro.
O Amor respondeu:
- Eu sou o néctar de felicidade. Minha presença não abre espaço para a Paixão e nem para o ódio.
O Ódio disse:
- Bobagem! Veja o caso de Romeu e Julieta... por amor morreram. Que Amor é esse que morre?
A Paixão respondeu:
- Eu posso até ser efêmera, mas vivo o lado bom do carinho, do desejo e do prazer. Quanto ao Amor posso dizer que é raro existir, e em muitos casos não deixa saudades.
E o amor respondeu:
- Quem vive em mim, vive eternamente. Eu sou o destino da felicidade, a porta do céu. Não há paixão que me afaste e nem ódio que me destrua. Eu sou o Amor.