Kelvin
As pessoas não conseguem viver mais sozinhas, formam famílias, compram cachorros ou até mesmo falam com plantas. Mas Kelvin não é uma dessas pessoas, desde pequeno Kelvin sempre foi muito recluso, na escola não tinha amigos, em casa não falava com os pais e o cachorro da família ele ignorava. Quando cresceu não lhe era diferente, vivia sozinho, não tinha grupos de amigos, não acariciava cachorros e nem adotou uma planta. Depois da escola nunca mais sentiu necessidade de falar, na verdade só proferia a mesma palavra em anos: "Débito".
Kelvin um dia trancou a porta que estava aberta e do mundo que considerava tão vivo se fechou sem pestanejar. Sentou-se no chão da sala vazia, ficou lá por horas, dias, vendo a luz do sol entrar pela janela quase encostar em seus pés desnudos e depois voltar. Kelvin não sentia nada, perderá o sono e não encontrava mais sentido para a vida que lhe fora dada sem antes a ele perguntar.
Por volta do meio dia Kelvin se levantou, foi ao seu quarto, pegou em sua única gaveta uma arma, foi à sala novamente. Quando o sol novamente voltou para perto de seu corpo Kelvin colocou a arma em seu queixo, pensou em todos os seus momentos solitários, sorriu e apertou o gatilho. Kelvin a afastou de si.