Simplesmente Mulher

Num grande hospital no serviço de emergência, estava Drª Laís, uma jovem e bonita médica de 36 anos, que com seu carisma e competência chefiava o grande Centro de Cirurgia Cardíaca Pediátrica. Olhando assim para ela, até parece que aquela médica sempre viveu num grande centro urbano. Poucos sabiam da sua história e luta para estar naquele lugar.

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Sua infância não foi nada fácil. Morou no interior do norte do país. Os pais humildes deram-lhe todo o apoio possível. De dia ela ajudava a família no pequeno sítio onde viviam, e com muita dificuldade estudava até tarde, na pequena mesa da sala de estar.

Pela janela, tinha sempre o luar a testemunhar a sua luta. Gostava de contar estrelas e sonhar. Sabia que um dia deixaria aquele lugar, pois no fundo do seu coração, tinha certeza da profissão que queria: ser médica.

Laís tinha uma grande virtude, adorava ler. Sempre incentivada pelo seu pai, homem simples, mas que sempre valorizou a leitura. Foi ele quem colocou pela primeira vez em suas mão um livro - de Monteiro Lobato. Logo, logo,estava fascinada com o mundo da leitura.

Apesar da vida difícil que levava, vivia cercada de muito amor. Estava sempre com um sorriso no olhar, e encantava a todos com seu jeito meigo e seus traços marcantes. Sua cor morena, pincelada com as mão de Deus e seus cabelos negros soltos ao vento, formavam um quadro lindo de se ver. Gostava de música, e desde pequena, adorava cantar nas festinhas da família. Tinha muitos colegas, mas amigos mesmo, eram poucos.

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Naquele momento Drª Laís, tinha outro sonho: se casar e ter filhos. Se possível gêmeos - sua fantasia genética - Mas seu sonho mais imediato era chegar em casa, tomar seu banho, colocar seu pijaminha da Minie (mania de infância), elevar seus pés ao som de uma boa música. Quem sabe ligar o computador, dar um alô para os amigos virtuais ou pegar um bom livro para esperar o sono chegar...

Afinal, amanhã ela tem que dar continuidade a sua vida