O dedão, a fábula da felicidade!

Era uma vez uma cidade,que na verdade era um país.E este país-estado-cidade,eram três ruas:Da direita,Do meio e Da esquerda..O país se chamava Trio. Em trio,haviam 30 cidadãos.Todos trabalhavam muito.Havia um presidente-governador,um prefeito-senador e um vereador-deputado,um juíz-delegado.Como todos sabem, políticos prometem,mandam e pedem sempre mais do que podemos em termos de impostos.Em Tri não seria diferente.Todos os políticos e o único banqueiro-rico trabalhavam para o Bem Comum:o deles! E o resto dos moradores-cidadãos continuavam suando para levar suas vidinhas.

Aconteceu numa manhã de primavera. A mulher, que morava na rua do meio, acordou com vários gritos,vindo de fora de casa.

-Ataque dos marcianos! Venham ver! falava o juíz-delegado.

-É o fim de Trio! Socorro! gritava o prefeito-senador.

-Vamos nos arrepender!Rezem todos!Berrava o padre-pastor evangélico-pai-de-santo-budista-espírita.

Pior: ela também concordaria. Inacreditavelmente,ocupando toda a rua,estava um dedão gigantesco!Era verde,apontava para o sul,e tinha a unha roída.

Todos saíram nas ruas,querendo ver o que era.Perguntas surgiam,depois do terror.As pessoas pararam de gritar e se escabelar para pensar.

-De onde veio isto? perguntavam os cidadãos-moradores

-De quem é? queria saber o juíz-delegado.

-É perigoso? o medroso padre-pastor evangélico-pai-de-santo-budista-espírita tremeu e se benzeu ao perguntar enquanto colocava um galho arruda atrás da orelha.

-Vale alguma coisa? Crescia o olho do presidente-governador.

Nada. Ninguém sabia de onde veio, como ali chegou e nem a razão de ali estar. Só a constatação do fato:havia um dedão verde, gigante, ocupando todo o espaço da estrada da rua do meio,com a unha roída.

-Precisamos é tirar isso logo daí! Vamos juntos,vizinhos! Pediu a mulher.Mas,ninguém ouviu realmente.

Primeiro,todos queriam saber a quem recorrer para tirar o dedão do meio da rua do Meio. Fizeram inúmeras reuniões, teve até licitação.Ninguém tinha idéia, e nem sabia realmente como fazer.O tempo foi passando, o dedão apodrecendo e continuava no meio da rua!

As pessoas foram se acostumando com o dedo e o cheiro, e alguns até criaram o hábito de colocar incensos ou perfume em frente das suas casas, na parte do dedão que lhes cabia. Assim o dedão ficou com um mau cheiro perfumado,disfarçado, mas o mau cheiro permanecia! Ninguém sabia a quem recorrer sobre o mau cheiro.Só usavam perfumes e incensos cada vez mais fortes...era tão bom!

-Gente, mau cheiro é sinal de podridão! Dizia a mulher,de porta em porta na rua do Meio.É facilitador e entrada de doenças! Vamos juntos tirar isto daí,cada um faz um pouco e...os vizinhos acharam muito complicado, não deram a tenção e alguns a olharam com cara de poucos amigos.

O verde do dedão estava criando bolor.Os cidadãos então, reclamaram novamente.Os políticos se reuniram,pediram mais verbas, culparam a falta de recursos, aumentaram os impostos, contrataram mais funcionários, e fizeram licitações.O dinheiro foi arrecadado, foi gasto, mas nada apareceu de obra concreta.O dedão continuava ali!

-Vizinhos -continuava a obstinada mulher- como vamos nos livrar do dedão se nosso dinheiro é roubado? Vamos mudar estes políticos que estão aí, vamos dar oportunidade para quem quer fazer diferença e não tem medo de justiça!Novamente ficou falando sozinha, os vizinhos adoravam os políticos, que na época das eleições distriuíam cestas básicas, cargos e dinheiro em malas!

Os cidadãos timidamente exigiram punição, achar os responsáveis!A justiça e os políticos se comprometeram em achar e punir os culpados.Houve CPIs ,a imprensa fazia mais e mais denúncias.Mas,

havia a final do campeonato, o final da novela, o São João e a festa da padroeira do país! O povo se ocupou com questões mais importantes, tudo foi esquecidao e as punições não deram em nada!

Então os cidadãos deram um jeitinho novamente, esperando que os dirigentes resolvessem o problema.Cada um, pintou a parte do dedão em frente de sua casa. Ficou lindo! Apareciam flores, jardins, paisagens marítimas, belos prédios coloridos, estradas maravilhosas e verdes florestas,todas no dedão!

Mas o bolor, virou podridão, e aos poucos nem o perfume, nem as pinturas disfarçavam o problema do dedão, agora roxo.

-Vou mudar de país!A mulher não suportava a podridão,o mau cheiro e a hipocrisia dos vizinhos.Mudou-se e ninguém ficou triste na rua do Meio.

Os cidadãos então resolveram o problema com um novo jeitinho: ignoravam o que acontecia se fechando em suas casas!Só importava o que aparecia na tv, ficaram chorando pelos personagens da novela, vivendo pelo computador as vidas mais excitantes, e havia o futebol, a fórmula um e o carnaval naquele ano ....Foi quando as moscas e ratos gigantes chegaram, convidadas pelo banquete fácil, que lhes era oferecido!

Era o começo de um fim que os cidadãos só saberiam quando as pulgas e vermes entrassem por baixo da porta da frente,atrapalhando a novela das oito :Hare baba!....

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...........É claro,já que a fábula é minha e EU decido que deve terminar de forma legal!

Assim, a mulher foi para a França, entrou para o Greenpeace e se tornou celebridade!Como foi reconhecida lá fora, era famosa,

finalmente foi ouvida e até recebeu a chave de Trio!E como voltou a tempo, acompanhada de Jet-li, Arnold Schwazanegger,o superman, Jackie Chan,Batman e o Chapeleiro maluco, tiraram Trio da situação vexatória!

Levantaram juntos o dedão, acabaram com os ratos,moscas e vermes, desinfetaram e levaram para a lixeira,como queria a mulher desde o início!Bastava só o querer dos vizinhos...

Só conseguiram porque super heróis são sempre os cidadãos mais solidários, desprendidos e disponíveis do que a maioria das pessoas que recusam sair de seu conforto, segurança e trabalhar em prol dos outros para resolver seus problemas.Até que os mesmos as alcancem!

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...E seremos então, felizes para sempre!

Brigeth
Enviado por Brigeth em 13/05/2009
Código do texto: T1592723
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