ZÉ PICA PAU
ZÉ PICAPAU
Aquela homem pequeno, magrinho, quase invisível era o personagem mais divertido da cidade de Bambusal, não que fosse bom contador de anedotas, se vestisse de maneira diferente ou tivesse qualquer coisa a mais que as outras pessoas consideradas normais, porque não tinha.
Seus conterrâneos se divertiam com seu jeito de andar aos pulinhos e balançando a cabeça para diante e para traz como se bicasse alguma coisa e como sua profissão era artesão em madeira, o apelido que ganhou tinha tudo a ver com seu jeito de andar e com seu trabalho com madeira.
Zé Pica Pau caiu como uma luva para o jeito do coitado e quando era assim chamado ele se irritava e andava e bicava cada vez mais rápido, e o povo ria a mais não poder; para complicar ainda mais as coisas, o homenzinho tinha o cabelo vermelho e em tufos espetados, um horror.
Ninguém se lembrava do nome verdadeiro de Zé Pica Pau que era Jonas
Pinheiro, o que o deixava muito triste porque com um nome bonito, ser o tempo todo chamado de Zé Pica Pau; apesar de ser um artista ao trabalhar com a madeira, ele deixou o trabalho para se livrar do apelido.
Seu sacrifício de nada adiantou, porque o apelido não desapareceu e seu sofrimento continuou de maneira pior, porque ele só sabia trabalhar com a madeira e sem outra profissão foi ficando desprovido de recursos e quando a situação ficou insustentável, ele voltou ao seu trabalho.
No final ele aceitou sua sina, parou de se aborrecer e se irritar com o apelido, fingia não ouvir quando era chamado de Zé Pica Pau e com o passar do tempo, a graça acabou e as pessoas foram se esquecendo de brincar com ele, porque as coisas tem a importância que se dá a elas e daí em diante ele viveu em paz e foi feliz.
Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}
Texto registrado no EDA