O LIVRO QUE VOU ESCREVER ...! (INTRODUÇÃO)
"Me afastei de mim mesma, e saí correndo atrás da MARIA HELENA...
Joguei de lado meus conceitos, preconceitos e
e fui em busca daquela, que há tanto tempo não s e manifestava...
Para minha surpresa, "ela" estava lá à minha espera...Seus olhos, tinham um brilho especial, do qual eu sentia falta...Eles me diziam,que nosso reencontro, nos faria reviver momentos especiais
em nossas vidas!
Ah! como seria bom estarmos novamente
juntas, e livres deixarmos fluir nossa parceria e acima de tudo, nossos sentimentos!
"Ela" como sempre se portava, não fez qualquer comentário sobre nossos planos, nem sequer deu palpites.Portou-se como sempre foi de seu feitio nessas situações de nossas vidas:-estava
pronta para me apoiar e me seguir para onde quer que eu fosse...
Ah! Vocês não podem imaginar o prazer que sempre sentíamos ao estarmos juntas, em
completa simbiose e parceria...
Quanto à mim, sentía-me extremamente ansiosa...é claro! "Ela" logo percebeu...Quem melhor do que ela,para me acompanhar no mergulhar bem fundo dos nossos sentimentos?
Sentamos as duas lado à lado e observamos o
caminho a percorrer..."Ela", como sempre corajosa, impulsiva e extrovertida, adivinhando o meu estado de espírito,que se traduzia por minha inquietação e indecisão,perguntou-me:
-E então...? Está com medo? Não vai desistir... não é ?
-Sinceramente, respondi, por que desistiria
de mergulhar no tempo e refazer meus sentimentos, se êles são nobres e leais?
A grande verdade, é que se estas duas, não tivessem se encontrado, melhor dizendo, se buscado, nada do que vou contar teria sido escrito...Sempre foi assim...è preciso que se
estabeleça a parceria, para que as coisas fluam e
aconteçam naturalmente.
De repente, entrei em reflexões profundas
e distantes, como aliás, acontece comigo com
frequência: Lembranças distantes assolaram minha mente e esquecí-me por completo dela...
Sentí meu coração totalmente vazio, como se
dentro dele, no lugar do fluido vital, houvesse
chumaços de algodão estéril, à espera de alguma
emergência para então serem usados! Enfim
terem alguma utilidade...Suas batidas sempre
iguais, rítmicas, (graças ao querido propanolol),
não se perturbavam...Sempre no mesmo compasso de espera, entediante,por alguma novidade que conseguisse abalá-lo e mudar o
seu ritmo...Nem sequer algumas ocasionais
extrassístoles...
Ah! o coração! Êle já havia amado tanto!
-Amor de adolescente, que na verdade, nem sabe o que, nem o por que está amando...Amamos vibrações e sensações, que na verdade estão muito mais dentro de nós do que no outro...
Acho que por essa razão, os amores desta
fase, são sempre recordados com alegria, pois não
machucam, muito pelo contrário, são totalmente
inofensivos, e servem de fortalecimento para as ilusões futuras...
-Amor colegial, fase mais adulta da adolescâencia:
-Transferimos para nossos professores nossa
submissão curricular e começamos a treinar com
os adultos a conhecê-los melhor...
Amamos...amamos.., com o amor mais louco e
desprovido de qualquer sentimento ruim. Na
verdade, estamos treinando...No fundo, nem
fazemos questão de sermos correspondidos...!
Nessa época, aprendemos a beijar...
De repente, um objeto arrasador, atravessa nosso
coração, até então inocente e despovoado de
emoções verdadeiras...
A flecha do Cupido adentra seus compartimentos mais sagrados...O amor de verdade chega,
modificando, destruíndo e reconstruindo todos os
seus estados: hormonais, filosóficos, religiosos,
sexuais, e tudo mais, trabalhosamente construído
até aquela flechada certeira!
Nossas carências e traumas, vão sendo substituídos por substâncias plenas e voluptosas,
que tem o dom de cicatrizar feridas estancar dores, diluir rancores e analisar dissabores...
O verdadeiro amor será o nosso leme, nosso porto de esperânças para a vida inteira...Só êle constrói.nada destrói...Só ele refaz sentimentos perdidos...Só êle transforma desilusões em rimas, canções e histórias de vida...!
Em meio a tantas reflexões, comecei lentamente a emergir para o momento de nosso encontro.
"ELA" alí estava a minha espera, impaciente, com aquele olhar de reprovação inconfundível,
(uma das herânças de nosso pai), pela minha
ausência inesperada e inconsequente!( Acreditem, é "ELA", quem setá sempre "ligada"
e não eu...)
Então, com aquele ar costumeiro e inconfundível de ansiedade pergunta:
_Vamos ou não começar?"
Então juntas, começamos a lembrar...