HORAS ETERNAS ...
Maria Emília L. M. Redi
No antigo relógio, pendurado na parede envelhecida, os ponteiros marcavam um quarto para as oito horas da manhã, quando Laura desligou o telefone.
Era o seu filho avisando que em poucos minutos estaria chegando para levá-la para um novo abrigo ...
– A Casa de Repouso " Recanto do Paraíso".
Para ele, o melhor lugar, onde ela passaria o resto de sua vida.
- Ali, encontraria pessoas de sua idade; formaria um grande círculo de amigos.
Laura, angustiada, abriu a porta da sala, desceu a escadaria de mármore, que já estava toda enegrecida pela fuligem do tempo, e , dirigindo-se para o jardim, buscou respirar um pouco de liberdade.
Cogitava ... Por que haveria de aceitar as imposições dos outros, se ainda tinha o direito de escolha sobre sua vida e era dona de suas vontades?
Em bom tom expressou sua vontade ao vento:
– Jamais irei para um asilo! Jamais!
Só de pensar nos dias que se sucederiam longe de tudo o que mais amava, sentiu um calafrio a percorrer-lhe o corpo.
Sua casa, apesar das paredes descoloridas e alguns tijolos expostos, estava impregnada de lembranças - Ainda era o seu doce lar!
No jardim, olhou para as flores que resplandeciam em beleza e perfume, indiferentes ao seus sentimentos; e observou suas mãos que, com carinho e mestria, as tinham cultivado.
Lembrou-se de quando ,sentada ao piano, dedilhava as mais belas sonatas de Bethoven, impregnando o casarão de luz e alegria.
Sentou-se despojadamente sob o velho flamboyant, como fazia antigamente nas tardes calmas de verão, quando ela e as crianças deleitavam-se com as gostosuras, preparadas com todo seu amor de mãe - ali, era o seu lugar predileto!
As flores caíam, sobre seus cabelos grisalhos, suavemente, como quisessem homenagear tão doce senhora, dona de um coração bondoso e amante, e, agora, descompassado ...
- Pelas felizes recordações que ficaram perpetuadas em sua memória...
Laura fechou os olhos suavemente.
Num átimo, mergulhou serenamente nas águas profundas do mar da emoção e , encontrou...
- A Eternidade!...
Quando o filho chegou para buscá-la, Laura já tinha partido definitivamente para sua nova morada.
E os ponteiros, do antigo relógio, marcavam exatamente
- Oito Horas!!!
Maria Emília L. M. Redi
No antigo relógio, pendurado na parede envelhecida, os ponteiros marcavam um quarto para as oito horas da manhã, quando Laura desligou o telefone.
Era o seu filho avisando que em poucos minutos estaria chegando para levá-la para um novo abrigo ...
– A Casa de Repouso " Recanto do Paraíso".
Para ele, o melhor lugar, onde ela passaria o resto de sua vida.
- Ali, encontraria pessoas de sua idade; formaria um grande círculo de amigos.
Laura, angustiada, abriu a porta da sala, desceu a escadaria de mármore, que já estava toda enegrecida pela fuligem do tempo, e , dirigindo-se para o jardim, buscou respirar um pouco de liberdade.
Cogitava ... Por que haveria de aceitar as imposições dos outros, se ainda tinha o direito de escolha sobre sua vida e era dona de suas vontades?
Em bom tom expressou sua vontade ao vento:
– Jamais irei para um asilo! Jamais!
Só de pensar nos dias que se sucederiam longe de tudo o que mais amava, sentiu um calafrio a percorrer-lhe o corpo.
Sua casa, apesar das paredes descoloridas e alguns tijolos expostos, estava impregnada de lembranças - Ainda era o seu doce lar!
No jardim, olhou para as flores que resplandeciam em beleza e perfume, indiferentes ao seus sentimentos; e observou suas mãos que, com carinho e mestria, as tinham cultivado.
Lembrou-se de quando ,sentada ao piano, dedilhava as mais belas sonatas de Bethoven, impregnando o casarão de luz e alegria.
Sentou-se despojadamente sob o velho flamboyant, como fazia antigamente nas tardes calmas de verão, quando ela e as crianças deleitavam-se com as gostosuras, preparadas com todo seu amor de mãe - ali, era o seu lugar predileto!
As flores caíam, sobre seus cabelos grisalhos, suavemente, como quisessem homenagear tão doce senhora, dona de um coração bondoso e amante, e, agora, descompassado ...
- Pelas felizes recordações que ficaram perpetuadas em sua memória...
Laura fechou os olhos suavemente.
Num átimo, mergulhou serenamente nas águas profundas do mar da emoção e , encontrou...
- A Eternidade!...
Quando o filho chegou para buscá-la, Laura já tinha partido definitivamente para sua nova morada.
E os ponteiros, do antigo relógio, marcavam exatamente
- Oito Horas!!!