O homem dos mil livros

Máxis era solitário, sendo muito estudioso e totalmente dedicado a sua prestigiada vida acadêmica.

Dono de uma inteligência perspicaz e refinada, sua paixão se resumia aos seus volumosos livros. Os alunos da universidade o apelidaram de rato de biblioteca.

Máxis lia com afinco as obras imortalizadas dos grandes pensadores. Entre eles estavam: Sócrates, Platão, Aristóteles, Kant, Karl Marx, Foucault, Nietzsche, Schopenhauer e muitos outros…

Sempre procurava alimentar sua sabedoria e entender os mistérios do universo. Sua leitura era feita em diversas línguas: latim, português, francês, inglês, alemão e mandarim.

Conseqüentemente, ficava cada vez mais isolado das trivialidades do mundo. Isso o incomodava, por mais que negasse…

Com o tempo foi se tornando uma pessoa extremamente crítica e insatisfeita, se apegando cada vez mais a teorias e deixando de lado a prática. Quando se frustrou com sua própria postura, jogou-se de vez no seu vício. Matérias como filosofia, sociologia, teologia, ocultismo, política, não mais o satisfazia.

Seus mais de mil livros foram lidos repetidamente, dezenas de vezes. Chegou ao ponto que não conseguia refletir o que estudava. Lia tanto que todas as palavras perderam o sentido e por fim, tornaram-se um cemitério de idéias mortas e abandonadas ao vazio do infinito. Máxis então, leu até ficar burro…