DIA SANTO

DIA SANTO

Na Fazenda do Riacho moravam o fazendeiro e sua família na casa grande e a pouca distancia moravam os colonos em suas casinhas brancas, cobertas de sapé e era uma comunidade feliz e pacifica, porque Seu Sebastião o fazendeiro era um homem bom e justo e seus colonos tinham uma boa vida.

Os trabalhadores eram pessoas honestas e cumpriam suas obrigações da melhor maneira possível, os homens trabalhando na lavoura de café e suas mulheres ajudando nos serviços domésticos da casa grande e suas crianças brincavam na mais completa liberdade do campo, mas freqüentavam a escola rural.

Era uma vida calma e feliz para todos, mas de vez em quando acontecia alguma coisa diferente que servia de divertimento e de assunto para muito tempo, como o caso de seu Chico Ponciano com o patrão; Seu Chico era um ótimo trabalhador, homem serio que não bebia e nem fumava, mas tinha uma mania.

A esquisitice dele era seu excesso de religiosidade, o homem era um total fanático religioso; trabalhava com uma Folhinha Mariana no bolso da camisa e nas horas de descanso ele consultava a mesma para se informar sobre os dias santos, porque tinha medo de desrespeitar algum trabalhando.

Todos na fazenda achavam graça das manias de Chico Ponciano, mas respeitavam suas idéias religiosas e ficava tudo bem; um dia ele procurou o dono da fazenda e disse: patrão amanhã eu num trabaio porque é dia de Santa Luzia e é dia santo de guarda, Seu Sebastião respondeu: não Chico, não é não.

Como ele insistiu, o fazendeiro explicou: escuta Chico, a igreja dispensou uns tantos dias santos e o de Santa Luzia foi um deles, ela continua a mesma santa milagrosa, mas seu dia deixou de ser guardado, entendeu?

o tabaréu coçou a cabeça e saiu com essa: nada disso patrão, é um dia Santão dos Inferno uai e a conversa terminou em boas risadas.

Maria Aparecida Felicori{Vó Fia}

Texto registrado no EDA

Vó Fia
Enviado por Vó Fia em 16/04/2009
Código do texto: T1541630
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.