O VENDEDOR DE ILUSÕES

A tarde é tétrica e nublada.Coisas semelhantes àqueles inverno Europeu. Ruas solitárias sem viva alma e um frio castigante quando se ouve apenas o eco da solidão.

Solitário la esta ele tendo como companheira o isolamento.

Um buraco enorme forma uma cratera em sua essência deixando o vazio da impotência,das incertezas,um caminho sem rumo,sem o seu norte extraídas das mágoas em seus sumos.Coisas da solidão!

O abandono o descaso o apavora chegando as portas do pânico.

De repente a noite é arrastada sobre o mesmo em um cantinho da solidão.Ele deita,cobre a sua fragilidade de ainda garoto com as amarguras e puxa as saudades da sua família que já não as tem, sobre seu peito condoído.O cansaço o abate.Ele cai inerte aos braços do grande e silencioso sono.

O amanhã o sacode daquela noite em que o corpo padece pelo chão frio e duro da sua realidade.Vê raiar um novo dia, uma nova esperança quiça.Tira o peso do seu corpo esquelético do dia anterior e transporta para as bugiganga que ele carrega e que será transformada em pequenos valores monetários, no provir do seu dia a dia.

Levanta,agarra com tenacidade a sua carrocinha quase cheia de papeis velho,latinhas de cervejas vazias,alguns plásticos recicláveis, que serão pesadas e compensadas na forma do seu soldo pelo labor e suor rasgados daquela noite anterior.

Ofereço-lhe um café,no que ele me responde.

-Prefiro algo que contribua para complementar minha carrocinha, doutor!

Mesmo assim dou-lhe uns trocados que vão abastecer não somente o seu estômago,mas como também, a sua velha e carcomida carrocinha carregas de ilusões.