Galinheiro
Pequeno na fazenda de meu tio, lugar melhor pra passar as férias não havia. Gostava de, pelas manhãs correr atrás das rápidas galinhas, e não era para me satisfazer delas na hora do almoço (meio-dia em ponto) com seus ensopados e afins, apesar de que era uma boa hora, as refeições preparadas pela empregada e fazedora de bolos, cresci e não encontrei tempero igual ao dela. Era divertida a sensação de brincar de pega pega com aquelas fêmeas artistas coloridas e viventes.
Deixavam-me com o suor sobre o rosto queimado de sol, ali não havia amigos de urbanização, apenas aquelas galinhas barulhentas das manhãs, não precisavam dizer palavra alguma pra me fazer ir atrás como um aventureiro, sortudo com estigma de moleque e cansaço de peão.