E  a chuva ainda caia na noite que desbravava a solidão, eram tantos pingos escorridos pela janela dos olhos, dentro embaçada a visão pela respiração não controlada, pela ansiedade de desejar calmaria.
    O ninho estava molhado, lá fora algumas gosteiras caiam das árvores, adormecera que nem viu a chuva passar, mas uns raios ainda penetravam as frestas desses que se abriam para as manhãs.
    Era hora de voar, de respirar o ar com cheiro de terra, era hoje o vôo da amplidão que se destinava a realização do sonho, o simples sonho de voar que para pássaro também é difícil quando se voa pela primeira vez.
    Mas a angústia de cair em vão era constante, e se as asas não fossem fortes suficientes para sustentar os sonhos?
    O corpo tremia em pensamentos pela vontade de esticar o coração feito braços para buscar os sonhos distantes.
    Há quem não veja o vôo dos pássaros com a mesma visão, mas era penoso o fato de saltar dali para a imensidão.
    Sair do aconhego que trazia grande acomodação, mas era necessário voar, e não podia mais esperar, ou era agora, ou as asas atrofiariam, e somente ele pra decidir.
   Pensou por um momento,olhou em volta, se arriscaria?
   De novo a coragem que não vinha, mas era exatamente agora,
   Tomou fôlego, fechou os olhos, correu...
   O corpo parecia pesado, solte-se pensava.
   O medo de abrir os olhos, mas bater das asas foram se fazendo
   E era linda a vista de cima!
   Agora não era mais um pássaro, era o pássaro, que atravessou as fronteiras do seu medo, e deixou para atrás o eco de solidão, o vasto universo se abria, não precisava desviar dos caminhos.Tudo era fácil, completo, e quanto tempo perdido se tivesse ousado antes.
Agora estava renascido, e não tinha mais os sonhos
  Conseguira qualquer coisa.
Marcia G
Enviado por Marcia G em 29/03/2009
Código do texto: T1512408
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