Era uma vez....
Guida Linhares
Era uma vez uma mulher que plantava flores em seu jardim e gostava de oferecê-las a quem por ali passasse, dizendo palavras agradáveis, sempre acompanhadas de um sorriso. As pessoas gostavam de olhar as flores e se encantavam com a delicadeza do lugar. Mas um dia chegou um homem, que ao receber um cravo vermelho, agradeceu e disse que estava observando o jardim e este apresentava alguns desalinhos, como flores todas misturadas e que o melhor seria que ela providenciasse um jardineiro, que entendesse melhor de plantações. Ela então perguntou ao homem, se entendia de jardinagem e ele respondeu que sim e até se ofereceu para cuidar daquele jardim. Ela concordou, mas antes desejou ver o jardim que o homem possuia em sua casa. Realmente era um belo jardim, com canteiros perfilados, cada um com uma espécie diferente de flores e se percebia que tudo era milimetricamente certinho.
Perguntou a ele se era muito visitado e ele respondeu que não gostava de muita gente andando pelas alamedas floridas, e portanto mantinha a porta do jardim fechada, a maior parte do dia. Que gostava de sentar-se no banco e ficar apreciando as borboletas e os passarinhos, esvoaçando pra lá e prá cá. Então ela perguntou:
- E para que serve o teu jardim se não compartilhas das tuas flores e beleza com as pessoas?
Ele respondeu que era tão feliz que nem precisava que viessem admirar o trabalho; que era tão autosuficiente que o simples fato de ter aquele jardim tão perfeito, já o deixava completamente realizado. E que não gostava de instrusos no seu espaço.
- Bem, ela respondeu, já percebi que a sua filosofia é aquela que privilegia apenas o teu olhar. Assim sendo, jamais você poderia ser o jardineiro do meu desorganizado jardim, porque nele reina a alegria do inusitado, e o que é melhor as flores serem distribuidas a todos que passeiam por seus canteiros e eles sentem-se tão felizes, que chego a sentir que os passarinhos cantam mais alegremente e as borboletas disputam cada flor, esvoaçando em bailados coloridos. Enfim o meu jardim me faz muito feliz, quando percebo o sorriso das pessoas em contemplação e quando lhes ofereço alguma flor, os semblantes brilham de alegria, as pessoas me abraçam e beijam e isso é tão bom de sentir. Assim meu amigo, eu agradeço o teu empenho em querer organizá-lo, mas ele tem o elemento surpresa, o inusitado, o espontâneo e porisso faz tão bem, porque foge à regra geral e principalmente porque é motivo de alegria e entusiasmo.
Todos somos seres singulares e cada um tem um modo diferente de lidar com todas as coisas da vida, o que gera a incrível multiplicidade e diversidade, que faz do ser humano, este caleidoscópio de emoções, cheio de surpresas e pleno da magia do bem viver.
Santos/SP - 26/03/09
Imagem> Obra de Cristiane Campos
Guida Linhares
Era uma vez uma mulher que plantava flores em seu jardim e gostava de oferecê-las a quem por ali passasse, dizendo palavras agradáveis, sempre acompanhadas de um sorriso. As pessoas gostavam de olhar as flores e se encantavam com a delicadeza do lugar. Mas um dia chegou um homem, que ao receber um cravo vermelho, agradeceu e disse que estava observando o jardim e este apresentava alguns desalinhos, como flores todas misturadas e que o melhor seria que ela providenciasse um jardineiro, que entendesse melhor de plantações. Ela então perguntou ao homem, se entendia de jardinagem e ele respondeu que sim e até se ofereceu para cuidar daquele jardim. Ela concordou, mas antes desejou ver o jardim que o homem possuia em sua casa. Realmente era um belo jardim, com canteiros perfilados, cada um com uma espécie diferente de flores e se percebia que tudo era milimetricamente certinho.
Perguntou a ele se era muito visitado e ele respondeu que não gostava de muita gente andando pelas alamedas floridas, e portanto mantinha a porta do jardim fechada, a maior parte do dia. Que gostava de sentar-se no banco e ficar apreciando as borboletas e os passarinhos, esvoaçando pra lá e prá cá. Então ela perguntou:
- E para que serve o teu jardim se não compartilhas das tuas flores e beleza com as pessoas?
Ele respondeu que era tão feliz que nem precisava que viessem admirar o trabalho; que era tão autosuficiente que o simples fato de ter aquele jardim tão perfeito, já o deixava completamente realizado. E que não gostava de instrusos no seu espaço.
- Bem, ela respondeu, já percebi que a sua filosofia é aquela que privilegia apenas o teu olhar. Assim sendo, jamais você poderia ser o jardineiro do meu desorganizado jardim, porque nele reina a alegria do inusitado, e o que é melhor as flores serem distribuidas a todos que passeiam por seus canteiros e eles sentem-se tão felizes, que chego a sentir que os passarinhos cantam mais alegremente e as borboletas disputam cada flor, esvoaçando em bailados coloridos. Enfim o meu jardim me faz muito feliz, quando percebo o sorriso das pessoas em contemplação e quando lhes ofereço alguma flor, os semblantes brilham de alegria, as pessoas me abraçam e beijam e isso é tão bom de sentir. Assim meu amigo, eu agradeço o teu empenho em querer organizá-lo, mas ele tem o elemento surpresa, o inusitado, o espontâneo e porisso faz tão bem, porque foge à regra geral e principalmente porque é motivo de alegria e entusiasmo.
Todos somos seres singulares e cada um tem um modo diferente de lidar com todas as coisas da vida, o que gera a incrível multiplicidade e diversidade, que faz do ser humano, este caleidoscópio de emoções, cheio de surpresas e pleno da magia do bem viver.
Santos/SP - 26/03/09
Imagem> Obra de Cristiane Campos