O viajante
Há dias que ele estava na estrada.
Por onde passava, colhia flores.
As rosas mais formosas, as margaridas
mais vivazes, as orquídeas mais estupendas
ele guardava no porta-malas de seu automóvel
com o maior carinho.
Certa noite a balconista de um bar à beira de
uma estrada poeirenta perguntou-lhe:
- Moço, pra quê tantas flores?
Ele, após esvaziar mais um copo de cerveja
respondeu-lhe:
- São para o meu velório que será no próximo
domingo de eleições gerais.