O viajante

Há dias que ele estava na estrada.

Por onde passava, colhia flores.

As rosas mais formosas, as margaridas

mais vivazes, as orquídeas mais estupendas

ele guardava no porta-malas de seu automóvel

com o maior carinho.

Certa noite a balconista de um bar à beira de

uma estrada poeirenta perguntou-lhe:

- Moço, pra quê tantas flores?

Ele, após esvaziar mais um copo de cerveja

respondeu-lhe:

- São para o meu velório que será no próximo

domingo de eleições gerais.

CAIO DUARTE
Enviado por CAIO DUARTE em 24/03/2009
Reeditado em 24/03/2009
Código do texto: T1502970