A tapeçaria de Penélope.
“Você ligou para a Helena e Penélope, no momento não podemos atender; após o sinal deixe o seu recado”.
“Leninha é a Dri, passei para sua mãe o seu outro número. Seu pai quer falar com você, beijos”.
“Helena, minha filha, seu pai vai atrasar uns dias o dinheiro da faculdade, está com alguns problemas lá no banco. Liga para casa, filha, te amo”.
“Penélope é a Graça, o cliente de sexta-feira passada quer ficar o final de semana com você, o normal é dois mil, mas falei para ele que iria combinar com você, me liga, tá...”.
“Penélope, é a Graça de novo, tem um cliente vindo de São Paulo, empresário poderoso, pediu alguém com seu tipo para hoje à noite; duas horas e milzinho no bolso; retorna logo”.
“Leninha é a Dri, essa prova ainda não acabou? Que saco!”
“Penélope é a Graça, já te confirmei para hoje, retorna logo!”
“Oi, mãe estava em prova, só deu para ligar agora. A grana da faculdade tem pressa não, tô economizando e fazendo uns bicos em festas e recepção, beijão...”.
“Graça, minha linda, confirma hoje à noite; e o Dr. Ulisses de sexta-feira passada é um gato, confirma tá? Terça-feira quando for aí te conto e levo o seu presente, fui...”.
“Mãe”.
“Oi, minha filha.”
“Mãe não vou passar o fim de semana aí, estou em provas e preciso estudar”.
“Tá bom, Helena. Ah... quem é Penélope que está na gravação da caixa postal?”
“É um apelido, mãe; uma brincadeira da faculdade. Beijinhos... Te amo”.