Casa verde transparente

Mais uma casa muito engraçada, não tinha teto, nem tinha nada além da cor. Sem teto, nem parede, verde era com contornos que hora eram claros, hora muito escuros. Via-se tudo durante o dia, pois as paredes sem forma tomavam a cor de um verde transparente lindo, na noite via-se o céu estrelado e a lua que sempre era cheia.

Diziam por ali, que ninguém podia entrar na casa, que ali dentro vivia apenas um jovem que às vezes retocava a pintura, ninguém sabia o nome do misterioso morador, mas todos o admiravam, pois viver sozinho, numa casa onde o vento batia o tempo todo e a chuva castigava quem estava dentro, era realmente algo a ser admirado.

Muitas vezes o jovem desaparecia por entre as parentes verdes transparentes, via-se tudo por entre as colunas e não via-se nada de ninguém dentro da casa. Alguns achavam que tudo aquilo não era real, tinham um certo medo do que poderia ser uma casa tão estranha e um morador que desaparece por entre paredes paredes especiais.

Algum tempo se passou, a casa foi ficando cada vez mais verde e menos transparente, a frequência com que se via o morador que já não era mais tão jovem foi ficando cada vez maior e alguns podiam até ver um leve sorriso em seu rosto algumas vezes. Quem olhava mais atentamente percebeu que existia uma mulher nos fundos da casa, essa mulher ficava imóvel, parecia uma boneca.

O homem da casa as vezes passava horas ao lado daquela mulher que nunca se movia, nunca se cansou, nem parou de pintar as paredes para que ficassem cada dia mais verde. Vivia apenas para a casa, não dormia, nem descansava.

Num dia, resolveu dormir, assim foi. Ele dormiu.