***Alem do Véu*** Final

Finalmente consegui convencer Lisa a descer e caminhar um pouco, como gostaria que ela se livrasse dessa culpa que carrega, da mesma forma que consegui me livrar das magoas que antes sentia, tento puxar conversa lhe perguntando de seu filho, ela mal responde, o fato de tê-lo deixado em Rear é mais um fardo a lhe pesar nos ombros.

Lisa não agüentou viver na aristocracia, não é do feitio dela ver tantas coisas erradas, tanta corrupção e não poder fazer nada, por isso só esperou que o filho terminasse o treinamento, e no momento em que ele foi ungido a fasulah, ela veio pra cá, talvez para buscar a paz e a compreensão que sempre lhe foi negada.

Olho para o sinal já quase inexistente, tatuado em minha mão direita, a lua, sim a lua que representa os princípios femininos e o lado oculto da natureza entre outros, porém o seu mais importante significado é o ciclo da vida: nascimento, crescimento, morte e renascimento, sim, essa é a lei, tudo nasce, cresce, morre e renasce, acredito que um dia esse mundo renascera e quando isso se der será um mundo sem desigualdade, um mundo onde homens, mulheres e animais, todos viverão em harmonia com a natureza, com a grande mãe Ci e todos serão iguais.

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Nota:

Dedico esse conto a todas as mulheres que ainda hoje lutam por direito de paz e a igualdade de condições sociais e raciais e principalmente a aquelas que ainda não tem sequer o direito de lutar, cujo papel se limita a chorar por um filho, um irmão ou um marido perdidos em guerras intermináveis, aos quase dois milhões de meninas africanas que ainda sofrem mutilações em seus órgãos genitais, as mulheres afegãs e a todas as mulheres mártires da nossa historia.

Sugestão de leitura:

Sugiro a leitura do livro A Cidade do Sol de Khaled Hosseini, que inspirou esse conto.

sutini
Enviado por sutini em 19/02/2009
Reeditado em 28/04/2009
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