Cyberkultura
Em um distante reino perdido na mente, vivia um vassalo de si mesmo. Tinha aproximadamente 60 anos e se achava jovem, via graça nisto, pois quando era jovem pensava que as pessoas com aproximadamente 60 anos eram velhas. Questionava: Será que hoje envelhecemos mais devagar? Como isto é possível se as crianças ficam espertas logo após o nascimento? Ficava intrigado com estes fatos, mas seguia adiante com sua vida solitária. Trazia o universo dentro de si e estava antenado com os avanços da cibernética. Por força das circunstancias, depois de viver anos, isolado em uma ilha, foi obrigado a tomar conhecimento e fazer uso do computador, que a principio via como um monstro. Após ler uma poesia que tratava do assunto mudou de opinião, sua posição era contrária a da poesia, já que ele era um artista e na poesia era um jovem que escreve para Cora Coralina falando do quanto queria ser artista, mas trabalhava com esta maquina fria, ao que ela responde que no futuro nós veríamos a alma dos computadores, o que eles trazem de bom para a humanidade.
Um dia... Estava ele terminando, solitário, seu almoço em um restaurante quando se aproximou um rapaz, cumprimentou-o demonstrando conhecê-lo e ele tinha uma vaga lembrança musical do jovem, era uma lembrança minimalista, daquelas coisas que ficam arquivadas na memória. O jovem falou de sua pagina (ou site?) recentemente criada e falou com tanto entusiasmo que contagiou o velho, que pediu o endereço: www.balaiobranco.com.br. Chegando a casa começou a interagir com o site (ou pagina?) e viu a sua solidão ser deixada de lado. Arrependeu-se de não dominar aquele que para ele, até então, servia apenas para trabalhos pessoais. Percebeu que era bom estar em contato não apenas com seu universo interior, mas além de colocar esse universo interior para fora, interagir com outras pessoas, uma interação além dos email’s. Como é bom conversar, com verdade, mudando a ótica do olho-no-olho. Apesar dos negros temas que a atualidade nos proporciona a vida passou a sorrir para o jovem-velho-ou-velho-jovem, pois ele viu a possibilidade de fazer aquilo que ele sabia e gostava, numa comunidade, resguardando para si a intimidade de seu quarto. Ele viu que mudanças eram viáveis e que para tanto bastava que ele enxergasse a alma do computador.
Quem pensou esta história? O narrador? O velho? Eu? O computador?... Dúvidas... Duvidas?
virtual realidade + real virtualidade = cybercultura