SOB UMA LUZ VERMELHA

Já é madrugada, falta meia hora para o cabaré fechar.Adentro o recinto sob uma luz vermelha muito fraca, com vários ambientes, sofás de couro e muitos espelhos.Uma música triste se espalha no ar, uma cantora chora a ausencia do seu amado.No ambiente, esfumaçado pelos fumantes, tem pouca visibilidade e se sente um leve perfume de gardênia.

Com o coração acelerado busco por ela, como de costume me tortura a idéia de que ela não esteja ali.Procuro-a com olhar, não a encontro, me impaciento, ando de um lado para outro, até que um garçom me avisa que ela já volta, foi no segundo andar pegar a bolsa.

Agradeço, sento em um dos sofás e peço uma bebida.O coração continua batendo forte e disparado, a ansiedade me domina.É sempre assim, todo fim de semana quando a espero.

A música continua tocando, casais se acariciam nos sofás outros dançam na pista semi-iluminada.

Enfim a vejo descendo a escada à minha frente.É uma visão maravilhosa.Ela sorridente, morena belíssima, em um vestido preto, justo e curto realçando toda sua sensualidade.É a mulher mais bonita do cabaré.Caminha em minha direção e me abraça,sinto o seu perfume, o seu corpo, a sua boca.A felicidade percorre todo meu corpo. Nos acariciamos demorada e ardentemente.

O cabaré fechou as portas. Saímos para a noite, dançar, passear, curtir, e amar à exaustão na vida ardente de nossos vinte e dois anos de idade.No Sábado e Domingo seremos só nos dois, felizes, amantes e livres.Só nos separaremos na Segunda Feira.

No próximo fim de semana estarei lá de novo, ansioso,a sua espera, meia hora antes do cabaré fechar.

HAMILTON SANTOS
Enviado por HAMILTON SANTOS em 12/02/2009
Reeditado em 08/05/2009
Código do texto: T1434796