SOB UMA LUZ VERMELHA
Já é madrugada, falta meia hora para o cabaré fechar.Adentro o recinto sob uma luz vermelha muito fraca, com vários ambientes, sofás de couro e muitos espelhos.Uma música triste se espalha no ar, uma cantora chora a ausencia do seu amado.No ambiente, esfumaçado pelos fumantes, tem pouca visibilidade e se sente um leve perfume de gardênia.
Com o coração acelerado busco por ela, como de costume me tortura a idéia de que ela não esteja ali.Procuro-a com olhar, não a encontro, me impaciento, ando de um lado para outro, até que um garçom me avisa que ela já volta, foi no segundo andar pegar a bolsa.
Agradeço, sento em um dos sofás e peço uma bebida.O coração continua batendo forte e disparado, a ansiedade me domina.É sempre assim, todo fim de semana quando a espero.
A música continua tocando, casais se acariciam nos sofás outros dançam na pista semi-iluminada.
Enfim a vejo descendo a escada à minha frente.É uma visão maravilhosa.Ela sorridente, morena belíssima, em um vestido preto, justo e curto realçando toda sua sensualidade.É a mulher mais bonita do cabaré.Caminha em minha direção e me abraça,sinto o seu perfume, o seu corpo, a sua boca.A felicidade percorre todo meu corpo. Nos acariciamos demorada e ardentemente.
O cabaré fechou as portas. Saímos para a noite, dançar, passear, curtir, e amar à exaustão na vida ardente de nossos vinte e dois anos de idade.No Sábado e Domingo seremos só nos dois, felizes, amantes e livres.Só nos separaremos na Segunda Feira.
No próximo fim de semana estarei lá de novo, ansioso,a sua espera, meia hora antes do cabaré fechar.