A esperança é a última que morre, mas a primeira, a ser jogada ao mar...
Ponto final! Terminei mais uma. Outra carta, e pelo visto, essa também foi escrita em vão.
Que pena! Ela terá o destino igualzinho a todas as outras. Um baú, lá no meu porão, pois não tenho a quem remetê-las.
Muitas de alegrias, algumas de amor, outras de tristeza e desilusão.
Engraçado! Com essa, tudo aconteceu desigual. Antes de guardá-la, eu reli tudo o que havia escrito coisa que nunca fiz antes! Sei lá! Alguma coisa soava diferente, tinha um toque novo e todo especial.
Ela era uma carta de esperança!
Então parei!... Pensei!... E disse a mim mesma!
Ah, essa aqui não! Esta merece um destino diferente!
Fui ao quintal, peguei uma garrafa, e dentro dela, eu a coloquei.
Corri!... E com ela em minhas mãos, fui bem pertinho da beira, e ao mar, eu a lancei.
E assim, foram todas! Uma atrás da outra.
Com um imenso desejo, de que todas, achem os seus verdadeiros destinatários.
Senti-me como cada uma delas... Livre! Verdadeiros peixinhos a nadar nesse imenso oceano.
Então, pensei novamente:
Pena que garrafas, não tenham asas!
Imagine só que beleza! Os meus sentimentos, por todo esse mundão de céu, e ao sabor do vento, feito pássaros, somente a voar!