VISITANDO A BIBLIOTECA DA UFSC

Por: Egídio Garcia Coelho

http://www.motivacao.org

VISITANDO A BIBLIOTECA DA UFSC

Tudo parecia rotina. Final de tarde, agitação normal de final de expediente mais um trânsito que exige um pouco de cautela. E lá estávamos. A primeira turma de Administração do ISES, diante da Biblioteca da UFSC a jogar palavras fora até que vem ao nosso encontro uma figura muito especial. Nossa professora Narcisa, uma das responsáveis pela conceituada biblioteca, que no seu dinamismo veio de encontro a turma que não se dava conta de que já ultrapassava 19:00 horas. Tínhamos o compromisso de entrar para uma aula muito diferente e até então ninguém havia tomado nenhuma iniciativa. Sorridente e receptiva, nossa cativante professora, começa mostrando no espaço cultural uma bonita exposição de artes que retratavam obras literárias de importantes autores e modestamente se revela sendo ELA a artista capaz de tamanha habilidade e criatividade, encantando a todos com sua brilhante explanação.

Na semana anterior nossa anfitriã já havia nos cativado numa aula descontraída, quando conseguiu demonstrar com autenticidade parte do seu vasto conhecimento, numa performance de mestre na comunicação, levando pra nós iniciantes uma motivação a mais para persistirmos nessa jornada de quatro anos que por certo exigirá de cada um muito esforço e dedicação.

Chamou-me a atenção a familiaridade da professora com a biblioteca e pra minha surpresa, logo que subimos à rampa, sendo informados de que voltaríamos para conhecer o espaço dos periódicos, soube que tínhamos uma sala reservada para nossa aula e o mais surpreendente é que a chave estava na sala da anfitriã. Nossa, ela tem uma sala dentro da biblioteca! Como sou um péssimo ouvinte! É claro que na sua apresentação e comentários anteriores ela provavelmente já havia falado que é bibliotecária e que exerce ali como parte das suas atividades uma função a altura do seu potencial.

Conhecemos, portanto, sua sala e na seqüência liberando-nos do nosso material numa sala de projeção (a tal reservada), começamos nossa turnê pelo mundo encantado dos livros dentro da Universidade Federal de Santa Catarina. – UFSC.

Começamos conhecendo os terminais disponíveis para localização das obras, recebendo uma pequena demonstração de como proceder nas buscas e partimos para conhecer o espaço onde permanecem as dissertações e teses defendidas por estudantes da UFSC em Florianópolis, no Brasil e exterior. Num pedaço tão pequeno, estávamos diante de uma infinidade de informações compiladas por uns poucos estudantes que romperam os tetos da ignorância que persiste na sociedade corroendo a humanidade. Eles são a prova de que o esforço e dedicação podem despertar, mesmo nas origens das mais simples, verdadeiros gênios. Minha emoção era indescritível diante de tanta informação. Por anos venho numa incansável busca e por uma questão de cultura, tenho percorrido vastos caminhos garimpando míseras informações, tendo quase dentro de casa tamanho tesouro a minha disposição.

Maravilhado me perdendo na imensidão dos espaços da biblioteca, confesso não ter tido habilidade para absorver muito do que nossa dedicada professora vinha expondo enquanto caminhávamos como mendigos dentro de um shopping. Alguns alunos retardatários vinham gradativamente se juntando ao grupo durante o city tour. Lembro-me que o nome de três estrelas são utilizados para dividir setores de pesquisas e tivemos a oportunidade para circular por cada um deles. Fiquei intrigado com muitos livros por sobre as mesas até que surgiu uma pergunta sobre a possibilidade de um pesquisador vir a devolver a obra na estante, podendo guardá-la em outro local que não o indicado pela busca nos terminais. Em paralelo eu já havia concluído que pessoas especializadas deveriam ser responsáveis pela coleta e arquivamento das obras pesquisadas. O que se confirmou no esclarecimento feito pela professora.

Depois descemos para conhecer de fato o espaço dos periódicos e fomos brindados com uma esclarecedora abordagem sobre a importância dos mesmos. Dentro dos jornais e revistas, estão publicados muitos artigos dos mais diversos campos de pesquisas que nem sempre chegarão e ser compilados em livros. E também a maioria dos autores antes de editar um livro, costuma soltar artigos para periódicos, levando assim em primeira mão informações bem mais atualizadas do que as que normalmente são encontradas nos livros.

Muito interessante o espaço classificado como individual para pesquisas, sendo um ambiente climatizado e apropriado que facilita uma melhor concentração. Vimos algumas mesas preparadas para trabalhos de grupos logo na entrada e mais adiante um grande espaço atrás de divisórias envidraçadas com mesas menores separadas, parecendo nos chamar para num futuro próximo fazer parte daquele mágico ambiente.

Triste foi saber que mesmo dentro da universidade, vândalos atuam danificando o patrimônio publico. Além da destruição de obras, arrancando páginas e até capítulos inteiros, vimos uma estatística que revela em 2003 mais de três mil e duzentas (3200) obras roubadas que vem baixando gradativamente, estando hoje, numa marca ainda superior a mil (1000) roubos por ano.

De volta na sala de projeção, após muitos comentários e importantes abordagens da ilustre professora, recebemos a incumbência de realizar nosso primeiro trabalho dentro da biblioteca. Das tantas áreas de abrangência do curso de administração, tínhamos que realizar uma rápida pesquisa, sendo ditado pela professora para cada três alunos uma área específica, ficando Egídio, Thais e Fabiana com Recursos Humanos.

Assim, daqui pra frente seguimos nossa história, saindo cada equipe a deliciar-se na caça do material de pesquisa nas tantas estantes carregadas de tesouros a espera de exploração. Passo então a deixar o individualismo da narração para integrar-me com minhas duas companheiras na realização da nossa incumbência.

Florianópolis, 11 de abril de 2006.

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