frios dias, ao teu lado:sol

Fazia tempos que as salas estavam vazias. Havia tempos que, nada mais alem de poeira se passava por aquela casa. Resolvido o problema talvez quem me dera vir a soluçao (mas esta se via tao longe).

Tudo que acontecera ali nada mais foi que uma pequena desavença, nada mais que uma pequena dor de cabeça.

La estava ele debruçado de frente para a janela , esticando os braços como quem acaba de sair de uma longa noite de sono. Despiu-se defronte a mim e largou de leve um suave sorriso:

-Bom dia! E de nada mais valia o resto dia senao para presenciar aquela bela cena.

Pedi que fechasse a janela mas mesmo assim me convencia de que acordar era nada mais do que o adormecer do sono. Cair num mundo talvez sem talento mas , por muitos, elogiado por ser belo.

Por sua vez, Pedro demostrava que cada dia podia ser realmente o ultimo dia em que viveria ao meu lado.

Certa vez contou-me que fizera de tudo para fechar aquele negocio e que iria privilegiar muitos os quais ele gostaria de readimitir. Os negocios estavam indo de vento em poupa e por conta do corte de tercearizados , sentia-se culpado. Realizou palestras , organizou festas e finalmente em uma grande convençao , imaginou que iria realmente fazer com que seu maior desejo se realizasse.

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A poeira era mais extensa que o casarao. Estava por toda a parte. Arrebitada e sem noçao do perigo , fugia da agua como quem foge de um xerife em meio ao oeste do Texas. Gotas de agua corriam pelas janelas ja secas pelo inverno. Nada ali era como antes.

Como viver sob uma fileira de lembranças ja esquecidas pela humanidade , conceitos e moralidades as quais extinguiram-se pelo manejar da ignorancia expelida pela sociedade. Faz sofrer quem so podia contar com estes e que sabe (ou ainda nao encontrou) das dificuldades de se farejar algo ja enterrado.

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Logo pela noite , Pedro voltava de seu tao sonhado dia de trabalho. Deixou a maleta sobre a mesa e veio correndo contar as boas novas.

As admissoes ocorreram e estava tudo dentro dos conformes. Sem contar que , ao vir direto para casa , havia tido uma conversa importante com um de seus socios. Fechara um contrato para investir numa filial de sua matriz na Russia! Talvez por ironia do destino , ou talvez porque o vento soprava ao seu favor, era este o seu sonho . Pedro era de familia russa e por varias vezes ja tentara se mudar para la . Ate ganhou nacionalidade , viajou por varias vezes a Sao Petesburgo , mas ainda sim estava insatisfeito. Todas as noites descrevia a cidade onde morou pela infancia : "Gelida e escura cidade , onde sol nenhum tera a chance de estragar a linda e pura neve que sobrevoa aos cantos daquela linda cidade ! Nao ha nem verde e nao vermelho , la tudo se deixa claro e limpido ."

luterana
Enviado por luterana em 18/01/2009
Reeditado em 08/02/2009
Código do texto: T1392112
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