Os pés(segundo conto,semi-erótico)
Sob o lençol, morno do calor do corpo,a mulher ondeia.A mão que lhe segura o pé direito faz círculos com o polegar.Ela se arrepia.Ele sabe que os pés sempre foram seu segredo.Desde a primeira vez,haviam criado ,reinventado anos a fio,mil modos de se acarinharem com os artelhos.E os pés se tornaram muito eróticos.
Quando ia dormir,ambos os perfumavam.Ele com seus perfumes secos,amadeirados.Ela com seus odores doces,cítricos .Ficavam um bom tempo cheirando os pés um do outro.Os dele,tinham dedos gordos e roliços.Os dela,longos.Com os quais aprendera a tocar notas no dorso dos dele,ou nas pernas...e ele brincava de adivinhar que musiquinha a esposa tocava.Os dele faziam-lheum shiatsu particular,delicioso,curativo ou reparador...
Grávida,descansava os quadris numa espécie de rede,formada pelos pés dele,cruzados.Se andavam zangados,bastava que um se oferecesse para fazer a pedicure do outro,que a raiva se ia,com risos e gemidos.
Sempre que pegavam uma gripe do outro,partilhavam um escalda-pés cheio de ervas,sal grosso .Um se baixava e massageava os pés de seu querido.
Após as caminhadas,era um ritual tirarem os pés do tênis,a s meias dos pés,suados e retirarem os excessos de energia na velha banheira do apertamento.
Colocar os artelhos gorduchos dele na boca e lambê-los,após o banho,um prazer ilimitado.
Seu fetiche não eram sapatos,mas ainda assim,gostavam muito de se presentear com modelos diferentes,confortáveis para ele,sexy para ela. Limpavam ,engraxavam,desodorizavam dos suores os interiores,perfumavam com seus prórpios aromas.
Um amigo trouxe ,para ela,meias soquetes com sabor de limão,outras "fresh".De qualquer forma,sempre usava um perfume spray nos seus e ele fechava os olhos de prazer,quando os cheirava,parecendo um bebê ao sentir o re/conhecido leite materno num seio sempre generoso.
Agora,no hospital,as lágrimas correm enquanto lembra cada flash.Um flashback delicioso,mas ,acuado agora pelo medo.Ele deve amputar o halux,está com problemas circulatórios,masmo sendo tão cuidadoso.Diabético,freqüenta a seção "Pé do diabético" ali mesmo no hospital,usa botinhas acolchoadas,corta cuidadosamente as unhas.Soluça.Ele está sendo examinado.O dedo ,cor de jaboticaba,está entumescido.Soube de uma senhora que amputou um e depois morrera porque micro-coágulos subiram ao cérebro.Esforça-se para lembrar resultados bons.Não consegue.A mão do medo a sufoca o obnubila sua mente.
Vai até a uma imagem de Santa Ana,com Nossa Senhora,menina ,ao colo.Fervorosamente,pede pelo pé do amado.Reúne toda a força do seu amor.De seu chacra cardíaco,uma suave luz rósea emana e abraça o companheiro.Envolve seu polegar como a um curatico.Uma outra luz ,azul,desce do Alto e se mistura à dela,formando um lilás absolutamente curativo...Sente-se bem calma.Suspira,liberando o medo que estava preso.
Ouve passos.Abre os olhos.O cirurgião e ele caminham até ela.
"-Resolvi esperar uns dias.Esse seu marido teimoso diz que o pé está melhor,que quer ir para casa,recusa-se à cirurgiae vou lhe conceder o que pede."Pisca para ela.
No carro,ele sorri,cúmplice,buscando cumplicidade:
-"Você acha que vou deixar tirarem um pedacinho que seja de meu pé?Ele é seu".
-Ela cai na risdada,ele também.Em pouco tempo, o rosado do dedão se instala.O que aconteceu?O médico se espanta.Ela,não.Nem ele.Milagre,claro.As senhoras de sua vida,o livraram.A força do amor é grande,tão grande que parece inexplicável...
Sob o lençol, morno do calor do corpo,a mulher ondeia.A mão que lhe segura o pé direito faz círculos com o polegar.Ela se arrepia.Ele sabe que os pés sempre foram seu segredo.Desde a primeira vez,haviam criado ,reinventado anos a fio,mil modos de se acarinharem com os artelhos.E os pés se tornaram muito eróticos.
Quando ia dormir,ambos os perfumavam.Ele com seus perfumes secos,amadeirados.Ela com seus odores doces,cítricos .Ficavam um bom tempo cheirando os pés um do outro.Os dele,tinham dedos gordos e roliços.Os dela,longos.Com os quais aprendera a tocar notas no dorso dos dele,ou nas pernas...e ele brincava de adivinhar que musiquinha a esposa tocava.Os dele faziam-lheum shiatsu particular,delicioso,curativo ou reparador...
Grávida,descansava os quadris numa espécie de rede,formada pelos pés dele,cruzados.Se andavam zangados,bastava que um se oferecesse para fazer a pedicure do outro,que a raiva se ia,com risos e gemidos.
Sempre que pegavam uma gripe do outro,partilhavam um escalda-pés cheio de ervas,sal grosso .Um se baixava e massageava os pés de seu querido.
Após as caminhadas,era um ritual tirarem os pés do tênis,a s meias dos pés,suados e retirarem os excessos de energia na velha banheira do apertamento.
Colocar os artelhos gorduchos dele na boca e lambê-los,após o banho,um prazer ilimitado.
Seu fetiche não eram sapatos,mas ainda assim,gostavam muito de se presentear com modelos diferentes,confortáveis para ele,sexy para ela. Limpavam ,engraxavam,desodorizavam dos suores os interiores,perfumavam com seus prórpios aromas.
Um amigo trouxe ,para ela,meias soquetes com sabor de limão,outras "fresh".De qualquer forma,sempre usava um perfume spray nos seus e ele fechava os olhos de prazer,quando os cheirava,parecendo um bebê ao sentir o re/conhecido leite materno num seio sempre generoso.
Agora,no hospital,as lágrimas correm enquanto lembra cada flash.Um flashback delicioso,mas ,acuado agora pelo medo.Ele deve amputar o halux,está com problemas circulatórios,masmo sendo tão cuidadoso.Diabético,freqüenta a seção "Pé do diabético" ali mesmo no hospital,usa botinhas acolchoadas,corta cuidadosamente as unhas.Soluça.Ele está sendo examinado.O dedo ,cor de jaboticaba,está entumescido.Soube de uma senhora que amputou um e depois morrera porque micro-coágulos subiram ao cérebro.Esforça-se para lembrar resultados bons.Não consegue.A mão do medo a sufoca o obnubila sua mente.
Vai até a uma imagem de Santa Ana,com Nossa Senhora,menina ,ao colo.Fervorosamente,pede pelo pé do amado.Reúne toda a força do seu amor.De seu chacra cardíaco,uma suave luz rósea emana e abraça o companheiro.Envolve seu polegar como a um curatico.Uma outra luz ,azul,desce do Alto e se mistura à dela,formando um lilás absolutamente curativo...Sente-se bem calma.Suspira,liberando o medo que estava preso.
Ouve passos.Abre os olhos.O cirurgião e ele caminham até ela.
"-Resolvi esperar uns dias.Esse seu marido teimoso diz que o pé está melhor,que quer ir para casa,recusa-se à cirurgiae vou lhe conceder o que pede."Pisca para ela.
No carro,ele sorri,cúmplice,buscando cumplicidade:
-"Você acha que vou deixar tirarem um pedacinho que seja de meu pé?Ele é seu".
-Ela cai na risdada,ele também.Em pouco tempo, o rosado do dedão se instala.O que aconteceu?O médico se espanta.Ela,não.Nem ele.Milagre,claro.As senhoras de sua vida,o livraram.A força do amor é grande,tão grande que parece inexplicável...