A Bela da Noite

Não houve escolha. Tudo aconteceu de repente e quando percebeu estava jogada na noite. Não era conhecida pelo nome que constava nos seus documentos. Deram-lhe outro que combinava com a nova vida. Bela, esse foi o nome que lhe deram, devido ao impacto que as pessoas tinham quando a viam pela primeira vez. Todos ficavam surpresos de encontrar tão bela rosa num jardim onde as rosas já tinham perdido muitas pétalas.

Pele alva, sem manchas; cabelos curtos, cheios de cachos, loiros da cor de mel; olhos negros e brilhosos, cílios escuros; não precisava usar maquiagem. Alta, esbelta, andar e gestos delicados. Era realmente uma bela mulher.

Embora vivendo sem realmente viver, sonhava com o dia que sairia dali para ter a sua casa,ter nome, ter seus filhos, ser amada por um homem que lhe olharia nos olhos e lhe diria: eu te amo, com toda sinceridade; sem que pra isso tivesse que pagar um preço. Sonho que muitas mulheres poderiam ter, mas para ela...

Depois de anos na vida, deixou de sonhar. Sonhar pra quê? A realidade lhe mostrava que ali nenhum homem iria se apaixonar por ela. Nenhum homem veria nela algum valor. Valor... Teria algum valor? Quem sabe, às vezes pensava: A vida imita os sonhos.

A realidade foi lhe tirando tudo até mesmo o colorido dos que podem acreditar num amanhã melhor, mostrando-lhe uma verdade dolorida, palpável, visível, crua. Sofreu. Não sabe dizer quantas vezes foi espancada. Passou fome, sede; Foi enganada, rejeitada, destruída. Foi tratada como lixo e se sentiu pior que lixo. Sonhos são apenas sonhos e nada mais.

Caiu no canto de um espertalhão. Esse surgiu quando estava na pior e ele lhe ofereceu proteção e amparo. Ela acreditou numa mentira, pois nessa vida ninguém oferece nada sem esperar algo em troca. Bela esqueceu essa verdade. Para sua tristeza, o que mais temia lhe aconteceu. Ele a levou para uma casa e ali ficou trancada, sem direito a sair. E ali havia muitas outras garotas que também tinham caído no Canto do Tubarão. Quando adoeciam ou ficavam velhas, segundo o padrão deles, eram colocadas dentro de um carro e levadas para onde ninguém sabia dizer. O silêncio era a norma para quem queria viver bem e Bela aprendeu rapidamente que ali não bastava ter beleza, era preciso ser como as paredes: ouvir e ver sem nada saber dizer.

Foi lhe apresentado o calendário da casa: 30 programas por dia, todo dinheiro na mão do Tubarão, da sua boca só deveria sair sim pra tudo, os clientes não deveriam sair insatisfeitos, teria que sorrir sempre, transmitir alegria, sempre alegria.

Foi justamente nesse lugar que ela chamava de Inferno, encontrou o homem que se interessou por ela como pessoa. Depois desse encontro, Bela voltou a sonhar.

Carlos, homem acostumado com a vida de solteiro, não era bonito, mas tinha uma aparência normal que atraia as pessoas pelo seu olhar franco. Não era rico, mas se tinha alguma coisa na vida era através dos próprios esforços. Acostumado a batalhar na vida, pois desde cedo labutava junto aos pais na roça. Saiu de uma cidade pequena para a Grande São Paulo a procura de uma vida melhor. Os pais morreram cedo, não tinha irmãos. Dos parentes que ainda estavam vivos não tinha notícia. Tinha uma casa, carro, emprego certo, uma poupança, e saúde de ferro. Tudo isso, Carlos reconhecia vinha da parte de Deus. Não era religioso, mas seus pais o ensinaram a crer que em Deus o ser humano encontra respostas para suas inquietações e soluções para seus problemas.

Naquela noite resolveu ir até a Rua da Boa Vista, e quando lá chegou decidiu entrar no Casarão. Foi naquela noite que teve inicio uma grande história de amor. Carlos viu Bela da Noite, ficou impressionado. Fez sua escolha, mas o que era para ser um programa passou a ser um encontro.

Toda noite ele vinha e por muitas vezes teve que esperar para ter seu momento com a Bela. Quanto mais conversavam mais descobriam que precisavam estar juntos. Mas quando perguntou pra Bela se ela queria sair dali, ela chorando deu uma resposta que ele jamais poderia esperar:

_Carlos, nunca, nenhuma mulher pôde sair daqui.Todas têm um preço a pagar e por mais que trabalhem dia e noite nunca poderão liquidar a dívida!

De olhos arregalados ele ouviu tudo em silêncio. Desesperou-se, andou de um lado para outro. O que fazer?

Foi falar com o Tubarão, e esse com um sorriso deu-lhe o preço para liberar Bela. Carlos quase cai de costas. Era muito dinheiro! O espertalhão ao ver o seu assombro, disse: Bela, me dá muito lucro e não abro mão dos meus tesouros.

Acrescentou com um sorriso de quem sabe que tem o controle da situação: _ Só volte a me procurar se tiver o valor em mãos e não demore, pois posso mudar de idéia. E ainda vou lhe dar um aviso de amigo: Boca fechada não entra mosquito, entendeu?

Carlos saiu cabisbaixo. Como arranjar tanto dinheiro? Não tinha amigos ricos, os Bancos só emprestam dinheiro para quem tem dinheiro, sua casa mesmo que vendesse não alcançaria 20% do valor exigido. A poupança que tinha não dava para alcançar 10%. O carro não era do Ano, e se o vendesse quanto apuraria com a venda? Se juntasse tudo não daria R$ 100.000,00(Cem mil reais). Ele precisava de cinco vezes mais. Tamanho desespero chegou e impotente ficou dia e noite sem conseguir dormir; Foi trabalhar, mas não conseguiu,pediu dispensa e ficou horas a andar sem rumo. Não encontrou saída. Rendeu-se.

Triste voltou ao Casarão. Até quando poderia suportar essa tortura de ver a sua Bela e não poder sair com ela dali para sua casa e usufruir de uma liberdade que lhe era negada? Ao Vê-la descendo as escadas, no rosto uma ansiedade que não conseguia disfarçar; baixando os olhos, deu-lhe um sorriso e ambos subiram para um dos lugares reservados para a ocasião. E ali pôde contar-lhe tudo e dizer que nada poderia ser feito para que o sonho de ambos se tornasse em realidade. Choraram abraçados, numa dor que nem as lágrimas poderiam aliviar.

Carlos se despediu de Bela, prometendo-lhe voltar sempre que lhe fosse possível. Só tinha certeza de uma coisa: Não poderia suportar viver assim. Era dolorido demais.

Mas a vida dar voltas. Mas há um tempo pra tudo e um tempo chegou para os dois. Alguém influente conheceu uma daquelas damas, se agradou e foi falar com Tubarão. O preço foi dado, e o pretendente que não era um Zé ninguém achou que estava sendo roubado. Não quis conversa. Denunciou o trabalho que era feito naquele lugar e a forma que as mulheres eram mantidas em cativeiro e numa batida, a polícia desmanchou a quadrilha que imperava naquele lugar. Com as investigações em andamento, descobriu-se que a pessoa que liderava aquele tipo de serviço era uma pessoa que jamais alguém diria que estaria envolvido em algo tão sórdido. Muita gente presa, muitas conseguiram escapar.

Depois de apurado os fatos, descobriu-se que as mulheres que saiam dali eram eliminadas, pois a quadrilha tinha todo cuidado para não deixar nenhuma testemunha com vida. Só depois desse acontecimento todos perceberam o quanto estiveram perto da morte.

Saiu nos noticiários. As mulheres que não tinham família foram colocadas em abrigos e outras levadas de volta ao ambiente familiar. Carlos que assistia o noticiário, não pensou duas vezes e saiu à procura da sua Bela. Deixo para os leitores imaginar a cena do encontro. Creio que palavras serão poucas para externar os sentimentos presentes naquele momento.

Casaram, tiveram belos filhos, foram felizes. Um vivia para o outro. Era uma família onde o amor reinava. Mas a vida é cheia de altos e baixos. Bela que se chamava Rosidalva adoeceu e quando foi ao médico constatou-se que estava com câncer de ovário. Carlos chorou desesperadamente, pediu ao médico que fizesse tudo pela sua amada.

Seguiram-se meses de tratamento. Bela ou melhor, Rosidalva perdeu os cabelos,

emagreceu, a pele ficou enrugada, mas Carlos continuou ao seu lado amando-a mais do que nunca. Ela olhava para os filhos pequenos, e chorava em silêncio por não poder fazer nada para impedir de partir e deixá-los. Olhava para o esposo amado, e agradecia a Deus por tê-lo conhecido e de ter usufruído de um tão grande amor. Carlos foi um presente de Deus para minha vida, dizia ela.

Chegou o dia de ouvir da boca dos médicos de que não adiantava continuar lutando, pois o câncer já tinha se espalhado. O melhor a fazer é deixá-la em casa, disse o último médico consultado.

Rosidalva chamou o esposo e disse:_ Carlos dentro daquela caixa há um caderno onde escrevi toda a minha história. Quero que a conte para nossos filhos, para os filhos dos seus amigos, para os jovens que você tiver contato. Conte, para que outros não caiam da forma que eu caí. Para que não passem pelo que eu passei. Conte a minha história, pois fazendo assim, você evitará que muitas lágrimas venham ser derramadas por corações inocentes.

Ela pediu para deitar, pois estava muito cansada. Como toda noite fazia, chamou os filhos pois queria beijá-los pela última vez. Entregou um envelope para cada um e pediu que só abrissem amanhã no final da tarde, quando as estrelas começarem a brilhar. Esse foi seu singelo pedido. Deu-lhes um belo sorriso e abraçou demoradamente cada um. Fazia forças para que os filhos ficassem com a melhor imagem da mãe que tanto os amara e que fez tudo que estava ao seu alcance para vê-los felizes.

Os filhos saíram levados pela mão carinhosa e amiga da sua cunhada.

Esperou que a porta fosse fechada, e olhando para o marido, disse:

_ Carlos, meu esposo, você foi um príncipe que toda moça almeja encontrar na vida. Não deixe que a noite da vida destrua essa beleza que existe no seu coração. Vou partir, mas peço-lhe quando as lágrimas secarem olhe em volta, pois outra pessoa estará de coração aberto para lhe dar todo amor que você merece.

Enquanto uma lágrima descia silenciosa, fechou os olhos num sono tranqüilo. Rosidalva, a Bela adormeceu aqui na Terra para acordar em outro lugar.

Carlos acariciava suas mãos, cabelos, rosto e dizia entre soluços: Minha Bela, o que vai ser de minha vida sem você?Como vou dizer às crianças que sua mamãe se foi?

O dia o encontrou debruçado sobre o corpo da mulher amada.

Depois do enterro, lembraram das últimas palavras: _Quando as estrelas começarem a brilhar...Foram abrir os envelopes. Em cada um a mãe falava da alegria de descobrir que estava esperando um filho, como viveu amorosamente cada momento e a felicidade que sentiu quando os pôs nos braços pela primeira vez. Falou dos primeiros passos, das travessuras, das primeiras descobertas... Terminou com palavras de conselho e se despediu com um: Você foi um presente de Deus para minha vida. Continue sendo um presente de Deus por onde passar, assim todos poderão ver que plantei uma semente para fazer outros felizes.

O esposo emocionado pôde abraçar os filhos e consolá-los da única forma que sabia: _ Filhos mamãe se foi, e agora precisamos mais do que nunca permanecermos unidos e vivendo de forma que se ela estivesse aqui se sentiria orgulhosa de cada um de nós. Por isso, quando sentirmos vontade de chorar, devemos chorar, mas não podemos desistir de viver.

. A vida continuava.

Subindo até ao quarto Carlos lembrou de procurar o diário da esposa, pois quando se conheceram ela pediu que não lhe fizesse perguntas sobre seu passado. Dizia que em seu passado havia muitos monstros e que não suportaria trazê-los para seu presente. Ele respeitou seu silêncio. Nessa noite seria diferente. Abriu o diário e ali pôde conhecer a sua Rosidalva quando menina, adolescente e os momentos que antecederam sua entrada para a noite.

Ela começava sua história, narradas com letras trêmulas e nas páginas percebiam-se marcas de lágrimas. Dizia assim:

Querido Diário: _Fui uma criança desejada e amada por meus pais. Nunca se viu criança tão mimada, e por onde eu passava, segundo eles diziam, chamava atenção de todos. Muitas fotos tiradas quando eu era bebê, comprovavam isso. Cresci me tornei uma menina alegre, tinha segurança de que nada de mal me atingiria, pois meus pais eram cuidadosos e zelavam por mim.

_Vou parar, porque sinto a garganta se apertar de tanta angústia. Continuo amanhã.

No dia seguinte ela continuou sua história:

_Pus-me a relembrar dos meus dias de infância. Tudo era motivo de festa. Nossa casa vivia cheia de gente. É que meus pais tinham muitos amigos. Numa dessas festas ou reuniões, a irmã de meu pai, Sueli, solteira, de seus 24 anos, conheceu um homem que veio acompanhando uma família amiga. Casaram-se e daí começa o meu martírio.

_O esposo da minha tia começou a me molestar, por causa das ameaças me calei. Tinha uns 8 anos.Suportei tudo, e não podia falar pois percebi que ele era um homem violento. As manchas no corpo da minha tia denunciavam que ele a maltratava e por ter medo ela também se calava. Meus pais não percebiam, pois tudo acontecia quando eles não estavam em casa ou quando eu era levada para casa deles. Quando completei doze anos, ele percebeu que um jovem da minha rua estava interessado por mim e ele o ameaçou de morte. O rapaz insistiu e desapareceu. Os pais deram queixa do desaparecimento, a polícia investigou, nenhum corpo foi achado. O caso ficou por isso mesmo. Mas eu sabia quem tinha feito o serviço.

_Quando tinha treze anos, meus pais foram fazer uma viagem para Porto Alegre. Saíram de carro logo cedo, desejavam conhecer cada pedacinho da estrada, pois tinham trinta dias para comemorar os 15 anos de casamento. Sofreram um acidente. Uma carreta dirigida por um motorista embriagado. Todos morreram. Fui morar com minha tia que passou a ser responsável por mim. O que eu poderia fazer? Seu esposo, parecia vibrar com a situação, pois ficaria do jeito que ele desejava. Minha tia sairia para trabalhar...Ele arranjaria qualquer pretexto para voltar do trabalho e praticar tudo que sua mente doentia planejava. Suportei o quanto pude...

Parou...Percebe-se que aqui ela não tinha mais condições para continuar. Dizia nas últimas linhas, que precisava repousar. Que sentia-se como uma bolha prestes a explodir, mas precisava ter forças para contar, mesmo que para isso uma ferida fosse aberta.

Na terceira página, continua relatando seu martírio:

_Fui ficando cada vez mais magra, pois não sentia desejo de me alimentar. Só queria morrer. Minha tia preocupada, seu esposo fingindo preocupação. Enquanto que eu calava.

_Numa noite, ele entrou no meu quarto...Não suportei tanto sofrimento.Gritei, ele me espancou.Minha tia acordou, presenciando aquela cena,partiu pra cima do esposo e nem um remorso ele lhe deu um tiro, quando ela caiu ainda consciente, ele começou a contar-lhe com detalhes o que fazia comigo e a quanto tempo fazia. Minha tia Sueli, chorava e dizia que não acreditava no que estava ouvindo, pois se assim fosse seria melhor morrer. E ele disse, friamente:

_ Seja feita a sua vontade._Deu-lhe um tiro fatal. Quando vi minha tia de bruços, percebi que agora seria a minha vez, mas ele naquele momento pensava na forma que usaria para ocultar o corpo. Antes de trancar-me no quarto, levou minha tia sobre os ombros... Saiu para completar o trabalho que precisava ser feito.

Carlos chorava pela menina que não teve chance. Esforçou-se para continuar lendo.

_Foi nesse momento que me decidi por escapar ou então morrer. Consegui fugir, pulando pela janela do banheiro. Embora fosse estreita me esforcei para passar por aquela abertura que seria a única saída. Corri como uma louca, meu desejo era desaparecer. E foi isso que eu fiz. Passei a viver na noite, e foi na noite que entrei para um mundo onde não tive escolha.

Continuou o seu relato:_Meu desejo é que ao ler essa história, outros pais observem quem estão colocando dentro de casa, com quem estão deixando seus filhos, onde seus filhos estão indo e o que estão sendo obrigados a fazer. Espero que mentes sujas como a do meu tio, possam ser impedidas de praticarem tanta maldade e que não venham a molestar crianças ou adolescentes. Eu não tive chance, mas ainda há tempo para que outras vidas sejam poupadas.

Do meu tio, tive notícias que me trouxe alívio. Soube que ele foi molestar outras meninas na vizinhança, alguém o pegou no ato, a população o prendeu, e só não foi trucidado porque a polícia chegou a tempo. Quando a foto dele saiu nos meios de comunicação, grande foi o número de criança que se dizia vítima daquele monstro. Foi preso, julgado, e na cadeia precisou ficar separado porque os outros detentos queriam a sua pele. Mas dias depois,quando ninguém mais se lembrava do caso, ele apareceu morto. Disseram que foi suicídio, porém acredito que alguém fez um serviço que na cadeia dar-se um nome: limpeza.

Pude respirar aliviada. Vi em tudo uma Mão que age quando ninguém pode agir.

Mas minha vida continuou numa senda de dor. Acreditei num homem que me ofereceu ajuda, mas o que aconteceu é que cai num conto que me trouxe mais dor, mas também foi nessa estrada que conheci o amor da minha vida.

Carlos riu, pois percebeu que ela anotava detalhes que para ele tinha passado despercebidos. Escreveu sobre cor de roupa, perfume que ele usava, se fazia frio ou calor, a reação que tinha quando ele chegava ou o que sentia quando ele não vinha.

Escreveu sobre o nascimento dos filhos, os primeiros risos e passos. Não deixou de relatar as dificuldades enfrentadas e como saíam cada vez mais fortalecidos.

Aqui ela parou de escrever. Também desapareceram as marcas das lágrimas. Em cada palavra expressava alegria, gozo, paz.

Mas a frente percebe-se que outra nuvem paira sobre sua vida: o câncer. Escreve sobre suas dúvidas, temores, desejo de vencer... Novamente marcas de lágrimas. E em proporção que a doença avança Bela abre o coração de uma forma plena. Abre-se para colocar pra fora toda dor, toda agonia... Já sabe que não há volta. Não há saída.

Carlos percebe o quanto ela escondeu pensando em poupar-lhe. Bela sempre pensou em primeiro lugar nas pessoas que amava. E no final da sua vida não foi diferente. Lembrou-se das suas últimas palavras: Quando as lágrimas secarem, abra seu coração, olhe em volta, pois outra pessoa estará de coração aberto para lhe dar todo amor que você merece.

Sorrindo entre lágrimas, Carlos levantou-se e foi até a janela, olhou para cima e viu um céu estrelado. Depois de um longo silêncio, pôde dizer:

_ Deus, levaste minha Rosa, e não tenho forças para recomeçar. Enquanto essa noite estiver durando, dá-me forças para não perder o rumo. Tu sabes do que preciso nesse momento. Abraça a mim e aos meus filhos. Prepara-nos um novo amanhã. Enquanto tiver fôlego, continuarei esperando e confiando em Ti.

Com voz entrecortada abriu seu coração para o Único que tem capacidade para através duma lágrima ler uma frase, uma história.

Foi deitar se sentindo renovado. Sabia que um novo dia iria chegar. E que no tempo certo voltaria a sorrir.

Ione Sak
Enviado por Ione Sak em 01/01/2009
Código do texto: T1361921
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