Naquela mesa...

Ele sempre gostou de todos sentados juntos às refeições. Diariamente, em especial aos domingos. Com mais cuidado no Natal.

Sempre nos olhou no olho, uma palavra para cada um, mesmo que nos fosse como uma "bronca". Mas as broncas dele eram suaves e carinhosas. Surtiam muito efeito.

Minha mãe acompanhava o jeitão de meu pai, mesmo não concordando com tanta coisa, pois via que estava dando certo a educação dos filhos. E éramos cinco.

Salário pouco, ela o ajudava em casa, com costuras e tudo que pudesse. Mas tínhamos o alimento do coração, a atenção que eles nos davam.

Momentos difíceis, rebeldias, casamentos fora de hora, brigas. E o Senhor Olívio resistia. Todos na mesa, olho  no olho. Não esqueço nunca disso. Tento usar esse espelho em minha vida.

Olhos nos olhos... A verdade sempre. Conhecermos nossos filhos não há o que pague. Obrigada, meu pai, pelo que me passou. Saudade dói hoje, mas é uma sensação de que há continuidade nessa vida.
Sônia Casalotti
Enviado por Sônia Casalotti em 28/12/2008
Código do texto: T1357005
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.