Imitando por Obsessão, vida de João Preste

João sempre desde pequeno tinha o costume de imitar as pessoas. Na escola, imitava os professores, as merendeiras, as faxineiras e até os diretores. Em casa, fazia sua mãe, a dona Teresa, rir das imitações de seu pai, o Seu Pedro.

Sempre era chamado para fazer suas imitações entre as brincadeiras na rua. Ele as fazia com tamanha perfeição, que, às vezes, não conseguia voltar ao normal após encarnar as personagens por muito tempo e só depois de alguns minutos, com muito esforço, regressaria à sua personalidade.

Sua obsessão de imitar se tornou profissional, este menino conseguira imitar tão bem as pessoas que estava perdendo sua própria identidade.

Não sabia mais agir sem que empunhasse características de alguém em seus gestos. Um dia se pegou persuadindo pessoas que ele era o filho do Presidente da República, os tolos acreditaram porque não acreditariam, suas palavras de persuasão eram deferidas veementemente com tamanha convicção que ninguém duvidou dele.

Antes mesmo de atingir sua maioridade já tinha pregado peças a todos os tipos de pessoas, cometeu crimes usando identidades de gente famosa. Roubou bancos e pessoas em suas casas se passando por agente da Polícia Federal; fingiu ser Procurador da República e confiscou bens.

Ele ficou rico com seus golpes, mas perdeu sua identidade. O tempo passou, ele se cansou dos crimes, do dinheiro e de tudo que tinha acumulado. Foi viver nas ruas imitando os pedestres. Perdeu sua vida, mas não perdeu sua obsessão.

Seguiu imitando as pessoas até o dia de sua morte. Antes de morrer pediu que não fosse enterrado com seu verdadeiro nome. Pois sua vida não teria sentido, assim, ele escolheu um nome e sobrenome. O pedido foi acatado e o fato foi consumado.

Balthazar
Enviado por Balthazar em 20/12/2008
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