Dor de separar-se
Os meus sentimentos andam confusos e eu já não sei mais o que sinto. Nos últimos dias tenho fugido do Alberto, não sei o que vai ser de nós a partir de hoje, tudo virou uma verdadeira loteria e eu tenho medo das apostas. Talvez eu não signifique nada para Alberto. Sinceramente, eu não me importo, hoje eu olho para ele e não consigo imaginar a minha vida com sua ausência. Não sei imaginar os meus dias sem ter com quem conversar, sem ter para quem contar o que sinto, sem ter quem responda as minhas perguntas, quem busque comigo as repostas.
O Alberto vai embora, como todos os que eu gosto, como todos com quem me preocupo, talvez se isso fosse certo... Não é. Talvez Alberto vá embora. É essa incerteza que me angustia, e hoje não consigo olhar para ele sem que uma lágrima venha em meus olhos, sem que a minha garganta me sufoque me impedindo de dizer qualquer palavra.
Talvez quando ele se for, o sonho acabe e com ele acabem-se as palavras, acabe-se à vontade de escrever, e o mundo por nós criado.O que me consola é que eu aproveitei o quanto pude e não me arrependo de nada que fiz ou falei, não mudaria nada apesar de qualquer opinião.
Reli o mesmo texto milhões de vezes, ou talvez tenha lido só uma e não tenha conseguido deixar de olha-lo, não sei ao certo.
“De como eu via Alberto”
“Alberto tinha o olhar compenetrante, era belo em sua essência. Muitas vezes se fez grosso, mas talvez assim se fizesse por não saber expressar os seus sentimentos, por ser introspectivo.
No fundo do olhar de Alberto existia um brilho meigo, uma janela para sua alma e o espelho de suas dúvidas. Um olhar de incerteza capaz de inspirar confiança. Alberto tinha uma capacidade anormal que me atingia, nunca pude esconder ou omitir nada dele, talvez isso fazia dele meu conselheiro, o fiel dos meus segredos. O meu melhor amigo.”
Talvez eu não mudaria nada no texto, não se deve mudar, ele apenas disse o que se sentia no momento, mas... Talvez acrescentaria apenas uma frase: “Alberto foi a melhor coisa que poderia ter acontecido em minha vida.”