ESPEVITADA
Ela era muito espevitada. Saiu uma tarde para pegar um cineminha com a mãe e a cunhada. Na bilheteria a mãe encontra um velho amigo – do antigamente. Que coisa! Agora vende bilhetes?!! Conversaram muito, às pressas, relembrando a mocidade. Ela, a espevitada, pegou os ingressos e com a mãe e a cunhada dirigiram-se para a entrada do cinema, onde ficava o porteiro. Ela caminhava no mundo da lua, abastecida pelas românticas conversas de sua mãe. Tão distraída ela estava que, ia passando sem entregar os ingressos. Sua mãe então lhe cutucou, mostrando-lhe o porteiro. Ela, mais que depressa, estendeu-lhe a mão para cumprimentá-lo, dizendo: – Muito prazer, tudo bem? Como vai o senhor?