Cura
Só queria encontrar um balcão de bar que falasse.
Ah! Se o tempo não voaria, a cada gole me sinto mais lento, mais amargo.
Os problemas não somem, ficam embaçados, não compreendo nem o que diz o rótulo.
Chega mais uma vadia, conversa vai e vem, mais um papelzinho com números em minha carteira vazia.
Olhar vazio, peito vazio, seria ela minha alma gêmea? Se amor não cura, que a cegueira cure!
Mais uma noite em braços aleatórios, foi fácil, nem lembro como cheguei.
O barulho da boca, do copo e da goela. A dança do bater de corpos, essa foi cansativa.
Um chuveiro diferente, daqui a pouco não haverá mais marcas a conhecer, talvez nem precise de casa!
Vou me jogando, elas seguram, não há aventura, está ficando monótono e as vadias perdendo a graça.