O PULO DO GATO

Esta não é a história do pulo do gato, mas uma história de pulo de gato. Uma raposa matreira resolveu aprontar em cima de sua amiga cegonha. Ela se julgava a maior trambiqueira do planeta. Aprontava e depois rolava de rir de suas trapaças e da cara dos enganados. Convidou sua grande amiga cegonha para um almoço: - “Comadre, venha amanhã almoçar comigo?” Venha em jejum, pois vou fazer muita comida. A cegonha agradeceu-lhe oferenda tão bela e, feliz compareceu ao convite. Assim que chegou, a anfitriã disse: - “Vamos a elas, as lindas frutas para chupar”. E a esperta raposa chupa a metade no ato. Com o longo bico a cegonha nada podia apanhar. A raposa, com ar de sonsa, mamou o inteiro jantar. A cegonha ficou morta de fome mas não disse nada. Porém logo jurou vingar-se daquela pouca vergonha: E, afetando ser-lhe grata disse: - “Comadre raposa, eu insisto, dá-me o gosto de amanhã, jantar comigo?” A raposa, bem gulosa, ao convite não faltou. A cegonha não fez por menos. Arranjou um grande botijão, com um gargalo bem estreito, cheio de papa gostosa e cheirosas. – “Sem cerimônia, comadre, vamos a ela”. A cegonha, o grande bico metia e a raposa lambiscava o resto que caía. Depois de farta, a cegonha disse: - “Demos graças a Deus, por nos encher a barriga”. A raposa, percebendo a vingança da cegonha safou-se de orelha baixa com mais fome do que vergonha. Afinal, a cegonha deu ou não deu um pulo de gato?

Maria Eneida
Enviado por Maria Eneida em 12/11/2008
Código do texto: T1278938
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