A Floresta Sem Nome

Naquela noite sem lua e macambúzia o diabo caminhava apressado.

Com a exceção de Lupilo, ninguém nunca ouviu falar da floresta sem nome, ninguém nunca andou por ela. Ninguém nunca sonhou com algo relacionado. Ela nem sequer existiria, mas de fato existe. De fato Lupilo está nela agora. Perdido, sem mãe, sem mulher, sem os seus filhos.

Lupilo dorme depois de tanto chorar. Lupilo, homem forte e moleque, o único homem que conseguiu encarar o diabo de frente, iria nesta noite de chuva e choro encontrar o diabo pela segunda vez. Lupilo chovia e a noite, bravejando o terror da solidão existencial, chorava aos soluços. Por um instante, antes do fim, pôde se ver o diabo golpeando Lupilo pelas costas.

A carne se fez verbo...

Leonardo Priori
Enviado por Leonardo Priori em 11/11/2008
Reeditado em 31/01/2009
Código do texto: T1278442